O papa Francisco fez neste domingo (14) um novo apelo em defesa do fim da guerra civil na Síria, que completa 10 anos neste mês de março. Em seu Angelus dominical no Vaticano, o líder católico pediu que "as partes em conflito manifestem sinais de boa vontade, para que se possa vislumbrar uma esperança para uma população exausta".
"Torço por um decisivo e renovado empenho construtivo e solidário da comunidade internacional, de modo que, depostas as armas, se possa reconstituir o tecido social e iniciar a reconstrução e a retomada econômica", disse o Papa .
Francisco ainda ressaltou que o "sanguinário conflito na Síria" causou "uma das piores catástrofes humanitárias de nosso tempo": "um número impreciso de mortos e fétidos, milhões de deslocados, milhares de desaparecidos, destruições, violências de todo tipo e sofrimentos imensos para toda a população, principalmente os mais vulneráveis, como crianças, mulheres e idosos".
A guerra na Síria começou após a repressão violenta do regime de Bashar al-Assad, no poder desde 2000, a manifestações contra o autoritarismo do governo, inspiradas pela Primavera Árabe. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, pelo menos 380 mil pessoas morreram nos conflitos, mas o número pode ser ainda maior.
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Apoiado por Irã e Rússia, Assad é tido como vencedor da guerra, mas ainda não recuperou o controle sobre a totalidade do território sírio. Parte do país ainda é dominada por grupos rebeldes, principalmente curdos. Algumas áreas, no entanto, estão sob as mãos de terroristas ligados à Al Qaeda ou de facções apoiadas pela Turquia, que defende a queda de Assad.
O Estado Islâmico (EI) também chegou a dominar vastos territórios na Síria, porém acabou derrotado por uma coalizão liderada pelos EUA, com participação crucial de milícias curdas.
Asma al-Assad
A Polícia Metropolitana de Londres, no Reino Unido, abriu uma investigação por crimes de guerra contra Asma al-Assad, esposa do presidente da Síria . Nascida em Londres, ela é acusada de ter "apoiado e encorajado o terrorismo" no país árabe.
A informação é da rede SkyNews. Caso Asma seja incriminada, a Justiça britânica poderá pedir sua extradição. O inquérito nasceu de relatórios produzidos pelo grupo de direitos humanos Guernica 37, que passou meses investigando a primeira-dama.
Segundo a organização, Asma faz parte de um grupo de "pessoas influentes" que utilizou uma "campanha propagandística" e táticas de "desinformação" para defender o regime.