Coleção retrata Rio de Janeiro como cidade violenta e
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Coleção retrata Rio de Janeiro como cidade violenta e "selvagem"

"Uma saga urbana que percorre impiedosamente as intrincadas ruas do Rio de Janeiro, expondo uma realidade brutal que não é mais do que um retrato forte  da sociedade brasileira contemporânea".

Assim começa a sinopse da coleção " Rio ", obra do desenhista francês Corentin Rouge que foi traduzida e passou a ser vendida em Portugal ao longo das últimas semanas, com cada um dos quatro volumes sendo lançado em uma data diferente.

Na história, que retrata o Rio de Janeiro como um lugar tomado por bandidos , de pobreza extrema e com uma sociedade brutal e desigual, os protagonistas Rubens e Nina são irmãos nascidos em uma das maiores favelas da cidade e ficam órfãos quando a mãe, informante e amante de um policial corrupto, é assassinada. Após se juntarem um grupo de crianças de rua, ainda de acordo com a sinopse, aprendem "pequenos truques" para sobreviver e sonham em serem adotados por uma família rica.

Além da selvageria e da violência , retratadas já na capa de cada um dos capítulos que sempre trazem alguém com uma arma, há a utilização de termos como "selva suburbana" ao longo da história, conforme informações do site Sputnik, que entrevisou o autor da obra.

"Para desenhar a favela , tirei algumas fotos nas poucas visitas que fiz, mas, com os álbuns de fotos, os filmes e tudo que existe na Internet, não falta documentação", afirmou Rouge, revelando ainda que se inspirou em cenas de filmes como "Cidade de Deus" e "Tropa de elite".

Entre os pontos que chamam atenção ao longo da história estão a construção de uma sociedade que vive entre a violência de traficantes e de policiais corruptos, a utilização de fatos históricos como o massacre da Candelária, além do excessivo uso da violência por meio de cenas como um arrastão na praia de Ipanema e um sequestro na região do Pão de Açúcar.

Porém, não é apenas a violência que é retratada na série: o Carnaval e a religião também estão presentes. Para retratar o primeiro, são usadas imagens de traficantes fortemente armados durante os ensaios de uma escola fictícia, enquanto o segundo é representado pela figura de "Capitu", uma feiticeira que mistura Candomblé com seitas satânicas.

Questionado sobre a montagem de tal personagem, o autor afirmou não ter frequentado nenhum terreiro de Candomblé ou Umbanda e que apenas assistiu uma "cerimônia de dança e transe", a qual considerou "muito impressionante".

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