Portugal é um dos países do mundo que reporta o maior número de casos novos de Covid-19 por milhão de habitantes desde a semana passada. E, agora, os dados mais recentes indicam que o país também lidera o número de mortes por milhão de habitantes em toda a Europa.
É a primeira vez, desde o início da pandemia , que Portugal se encontra na pior posição comparativa possível, tanto em número de casos novos como de óbitos notificados. Uma realidade completamente diferente de um país que servia de exemplo no combate à Covid-19 até alguns meses atrás.
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A média é de 18,2 óbitos por um milhão de habitantes relatadas diariamente. A média atual da União Europeia é de 7,6 por milhão de habitantes, menos da metade. Os mesmos números assustadores abrangem o número de casos diários de coronavírus: apenas na semana passada, houve um aumento de 40%.
O resultado é um sistema de saúde à beira de um colapso, e com o governo ponderando medidas de bloqueio mais duras para lidar com esse crescimento.
"A situação é grave , e o governo não deixará de fazer tudo para proteger os portugueses", disse Marta Temido, ministra da Saúde, Marta Temido, durante uma coletiva de imprensa na última passada. "Temos um sistema de saúde em seu limite extremo."
Em Lisboa, por exemplo, atualmente 681 pacientes
contaminados com o novo coronavírus encontram-se em unidades de terapia intensiva (UTIs) - acima da alocação máxima de 672 leitos de UTI de um total de pouco mais de mil disponíveis no sistema de saúde nacional.
Quase o dobro de leitos
Portugal já quase dobrou o número de leitos de UTI desde o início da pandemia, quando tinha apenas 528 leitos de cuidados intensivos e a menor proporção da Europa por 100 mil habitantes.
Temido disse que o governo fechou pelo menos 57 acordos com órgãos de saúde privados para usar 800 leitos adicionais de UTI para pacientes com coronavírus. "Queremos usar toda a capacidade existente agora porque amanhã pode ser tarde demais", afirmou.
Medidas extremas
Sob um novo lockdown desde 15 de janeiro, todos os serviços não essenciais estão proibidos de funcionar e o governo tem pedido que a população permaneça dentro de casa.
O primeiro-ministro português, António Costa, anunciou, no dia 21, a suspensão de aulas em escolas e universidades.
Além das escolas e universidades, que ficarão fechadas por 15 dias, os tribunais suspenderam casos não urgentes e igrejas pararam de promover missas públicas.