A quantidade de jornalistas assassinados devido a suas reportagens mais que dobrou em 2020. Os dados são do relatório anual da organização internacional para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), divulgado nesta terça-feiraa (22). México e Afeganistão são os países mais perigosos para repórteres em todo o mundo, diz o documento.
Este ano, pelo menos 30 jornalistas foram mortos em todo o mundo. De acordo com o CPJ, 21 dessas mortes tiveram o trabalho dos repórteres como motivação direta. O número representa mais que o dobro de 2019, quando 10 jornalistas foram mortos pelo motivo.
“É espantoso que os assassinatos de jornalistas têm mais que dobrado no ano que passou, e essa escalada representa o fracasso da comunidade internacional em enfrentar o flagelo da impunidade”, disse o diretor executivo do CPJ, Joel Simon, em um comunicado.
Enquanto o número total de mortes aumentou em 2020, o número de mortes em decorrência de conflitos caiu para seu nível mais baixo desde 2000, segundo o CPJ. Isso porque houve diminuição da violência no Oriente Médio e menos viagens de jornalistas por causa da pandemia do novo coronavírus.
Ainda assim, pelo menos quatro foram mortos por causa de seu trabalho na Síria e no Afeganistão. Neste último país, um quinto assassinato na segunda-feira ainda está sendo investigado, segundo informou o comitê.
O México foi o país que mais registrou crimes a jornalistas, com quatro registros. Houve também uma quinta morte a tiros enquanto um profissional trabalhava, cobrindo uma cena de crime. O CPJ ainda investiga as mortes de mais quatro repórteres mexicanos.