O governo do México adulterou dados para que a Cidade do México, capital do país, não entrasse em lockdown no início de dezembro, em decorrência do aumento de casos do novo coronavírus (Sars-Cov-2). As informações são do jornal The New York Times.
No dia 4 de dezembro, membros do governo garantiram à população que a capital não havia chegado ao nível crítico de contágio, e por conta disso, o comércio e outros estabelecimentos continuaram funcionando na região.
Contudo, a cidade já havia ultrapassado os limites que requisitaram um fechamento desses locais. As autoridades mantiveram o comércio funcionando por mais duas semanas, com ruas e restaurantes lotados, até enfim decretar lockdown na cidade na última sexta-feira (18).
O país usa um cálculo que usa dados de novos casos de Covid, combinados com óbitos e internações para definir pelo fechamento ou abertura gradual das cidades.
Mas segundo a denúncia, o governo anunciou cifras menores do que realmente eram em relação a novos casos da doença e de pessoas hospitalizadas.
No último domingo (20), 85% dos leitos de UTI estavam ocupados na cidade do México . Quando as autoridades adiaram o fechamento, cerca de 14 dias antes, o índice era de 66%.
“Eles tentaram de forma deliberada tentar esconder a emergência. A cada dia que eles adiaram a decisão, mais pessoas eram expostas”, afirma Xavier Tello, analista de política de saúde.
Com 118 mil mortes, o México é o quarto país do mundo com mais mortes em decorrência do vírus . Na semana passada, a capital, Cidade do México, registrou recordes de pacientes internados desde o início da pandemia, em Março.