O presidente Donald Trump anunciou a demissão do chefe de uma das agências federais responsáveis por supervisionar a infraestrutura, especialmente a de segurança, das eleições nos EUA.
Christopher Krebs dirigia a Agência de Cibersegurança e Segurança de Infraestrutura (CISA, na sigla em inglês), e atuava em coordenação com as autoridades estaduais para garantir a lisura do processo . Ele ainda atuava nas medidas para evitar a ação de hackers, incluindo ataques vindos do exterior.
Krebs estava na mira da Casa Branca antes mesmo da votação do dia 3 de novembro, em especial por um site para desmentir rumores sobre a eleição, visto como “partidário” por alguns aliados de Trump . Mas a gota d’água foi a assinatura da agência em um comunicado conjunto com outras entidades de supervisão das eleições, divulgado na semana passada, afirmando que o pleito foi “o mais seguro da História americana” e que não havia qualquer evidência de irregularidades, ao contrário do que diz o presidente.
“A recente declaração de Chris Krebs sobre a segurança das eleições de 2020 foi muito imprecisa, uma vez que nelas ocorreram grandes impropriedades e fraudes ”, afirmou Trump, na noite desta terça-feira, no Twitter, em duas postagens apontadas como “questionáveis” pela rede social. Antes de confirmar a demissão, o presidente voltou a listar uma série de supostas fraudes, mas sem apresentar provas.
Pouco depois do anúncio, Krebs foi ao Twitter afirmar que fez seu trabalho da maneira certa: "(Estou) honrado por ter servido. Fizemos tudo certo. Defenda hoje, fique seguro amanhã".
Movimentações
A saída de Krebs foi a segunda no alto escalão da agência desde a eleição: na útlima quinta-feira, Bryan Ware, diretor-assistente de cibersegurança, pediu demissão dias depois de a própria Casa Branca ter exigido sua saída.
As movimentações, segundo um alto funcionário do governo federal ouvido pela CNN, devem ser interpretadas com preocupação pelo aparato de segurança nacional, e, de certa forma, sugerem que novos integrantes do governo que não estejam alinhados às ideias do presidente podem deixar seus cargos.
Analistas apontam que a diretora da CIA, Gina Haspel, pode ser a próxima — tal como Mark Esper, agora ex-secretário de Defesa, ela perdeu o apoio do presidente depois de questionar suas ordens. No caso, sobre a divulgação de documentos sigilosos supostamente ligados a um complô do chamado “Estado profundo” contra Trump . Nenhuma das alegações foi comprovada.