Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, o Departamento de Relações Exteriores das Filipinas (DFA, na sigla em inglês), informou que aguarda autorização do Gabinete do Presidente Rodrigo Duterte para prosseguir investigação contra a embaixadora no Brasil, Marichu Mauro.
Ela foi flagrada agredindo uma empregada doméstica na residência diplomática, como revelou o 'Fantástico', da TV Globo.
A Lei do Serviço de Relações Exteriores das Filipinas determina que "chefes de missão que são comissionados pelo presidente como embaixadores não devem ser investigados pelo Conselho ou afastados do Serviço, a menos que haja uma diretiva expressa por escrito do presidente".
Segundo o Secretário de Relações Exteriores Teodoro Locsin Jr., que convocou a embaixadora de volta às Filipinas na segunda-feira, o departamento já está articulando a formação de um equipe de investigação enquanto aguarda a autorização. Ainda de acordo com Locsin, o governo
também pretende revisar a política de permitir que diplomatas do país levem ajudantes domésticos filipinos para o exterior em vez de contratar profissionais locais.
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"Sob minha liderança, o DFA não tolerará de forma alguma ações de qualquer um de seus oficiais ou funcionários que vão contra nosso mandato principal, que é a promoção e proteção do bem-estar de todos os filipinos estrangeiros. O presidente Duterte deixou claro, desde o início de seu mandato, que seu governo fará de tudo para proteger os direitos de cada trabalhador filipino no exterior", ressaltou.
Falha de segurança da Embaixada
Na terça-feira, o DFA informou que também vai investigar uma possível falha de segurança no caso envolvendo a embaixadora Marichu Mauro. De acordo com a Diretora Executiva de Comunicação Estratégica do DFA, Ivy Banzon Abalos, "questões de segurança e administração da Embaixada" também fazem parte da apuração.
Além das alegações de abuso físico, o processo quer explicações sobre o acesso e compartilhamento das gravações do circuito interno da residência diplomática.
Ministério Público investiga
O Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal e Tocantins (MPT- DF/TO) abriu investigação para apurar o caso. O órgão informou que "segundo a procuradora Carolina Mercante, pelos vídeos encaminhados, é possível detectar agressões físicas, que configuram trabalho degradante".
Procurada, a Embaixada das Filipinas no Brasil informou em nota apenas que "a embaixadora não deseja comentar o assunto".