As autoridades norte-americanas anunciaram que vão investigar uma denúncia de que imigrantes ilegais teriam sido submetidas à cirurgias para a retirada de útero em um centro de detenção localizado em Irwin, na Geórgia . Um grupo de parlamentares também vai analisar o caso.
Segundo uma denúncia veiculada na mídia do país na terça-feira (15), uma enfermeira chamada Dan Wooten informou que o ginecologista que atende na unidade fazia o procedimento de histerectomia em massa nas detentas, e que muitas delas não sabiam a que estavam sendo submetidas.
Wooten ressaltou que isso ocorria em mulheres que reclamavam de cólicas ou que pediam por métodos contraceptivos no local. Ela ainda informou que ao menos 17 mulheres tiveram seus úteros retirados. Outro ponto da denúncia cita que o centro se recusava a fazer testes para detectar o novo coronavírus (Sars-CoV-2) entre as detentas.
A presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, afirmou que teve acesso à denúncia completa e que será aberta uma investigação parlamentar sobre ela.
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"Se for verdade, as condições horríveis descritas na denúncia - incluindo a questão das histerectomias - são uma violação assustadora dos direitos humanos", acrescentou Pelosi.
Em nota oficial, a diretora do Serviço de Alfândegas e Imigração (ICE), Ada Rivera, negou as acusações e disse que a unidade citada só tem o registro de duas histerectomias desde 2018.
A empresa que gerencia o centro de detenção, La Salle Corrections, também negou a denúncia e disse que "repudia fortemente" o conteúdo apresentado por Wooten.
Já a Secretaria de Relações Exteriores do México informou que, através de sua rede consular, está exigindo explicações das autoridades norte-americanas tanto sobre a questão da retirada "total ou parcial do útero" das mulheres migrantes como sobre a falta de exames para detectar a Covid-19.