Presidente Trump deu entrevistas falando sobre medo do novo coronavírus à autor de livro sobre sua gestão na Casa Branca
Reprodução: O Dia
Presidente Trump deu entrevistas falando sobre medo do novo coronavírus à autor de livro sobre sua gestão na Casa Branca


Nesta terça-feira (15), uma série de áudios de entrevistas dadas por Donald Trump ao jornalista Bob Woodward foram divulgadas por veículos de comunicação. Em um deles, o presidente norte-americano confessa que sabia da letalidade do novo coronavírus , mas preferiu minimizar sua relevância.



O áudio, divulgado pelo The Washington Post, causou indignação na oposição ao presidente dos Estados Unidos. A frase faz parte de entrevistas feitas por Woodward para compor o livro Rage (palavra em inglês para Raiva), que aborda a gestão de Trump.

“É mais mortal inclusive que uma gripe intensa. Isto é algo fatal”, afirmou Trump ao jornalista em fevereiro, em uma das quase 20 entrevistas realizadas. O presidente dos EUA afirmava que estava ciente de que havia uma grande chance de que os números de mortes fossem grandes.

“Sempre quis minimizar sua importância. Ainda gosto de minimizar porque não quero criar pânico”, justificou Trump a Woodward no mês de março. Na próxima semana após a afirmação, que teve gravação divulgada pela CNN, o presidente planejava reabrir o país e que se tratava de uma gripe comum.

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O livro de Woodward afirma que Trump foi alertado sobre a gravidade da pandemia do novo coronavírus. “Isto será a maior ameaça à segurança nacional que o senhor enfrentará na sua presidência”, afirmou Robert O’Brien, assessor de Segurança Nacional. Na reunião, a pandemia foi comparada à gripe espanhola de 1918.

A revista Rolling Stone também teve acesso a alguns dos áudios. Em um deles, Trump afirma que estava amedrontado com a Covid-19 e chegou a se referir à doença como “praga”. “Se você for a pessoa errada, você não tem chances”, disse o presidente ao jornalista.

Trump também afirmou no trecho divulgado pela Rolling Stone que o vírus é transmitido facilmente. Ele relata um episódio em que esteve na Casa Branca com mais 10 pessoas. Uma delas teria espirrado, o que teria assustado a todos os presentes, inclusive Trump.


Segundo a porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, Trump nunca minimizou a Covid-19, mas agiu “com calma”. Questionada sobre a fala do presidente sobre “a pandemia desaparecer em breve, ela disse: “Ninguém está mentindo às pessoas. Um dia a covid-19 vai desaparecer. É um fato”.
“Amo o nosso país e não quero que as pessoas se assustem. Não quero criar pânico. Temos que nos encarregar da situação”, afirmou Trump horas depois.

Por outro lado, o candidato de oposição que corre para a presidência dos EUA neste ano, Joe Biden, foi ao Twitter e afirmou que o Trump mentiu e que não fez seu trabalho de propósito. Ele justificou a ação do atual presidente como “traição de vida ou morte ao povo norte-americano”.

A vice de Biden, Kamala Harris, complementou afirmando que Trump não está apto a ser presidente. “É preciso tirá-lo em novembro”, afirmou.

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