Crescimento de grupos
Governo do Estado de São Paulo
Crescimento de grupos "anti-vacina" também preocupam especialistas em Saúde

Instabilidade política e extremismo religioso. Dois pontos que são rotina em diversos países e que agora são apontados também como grandes "adversários" da  busca por vacinas para as doenças. Este é o resultado de um estudo que foi publicado na revista científica The Lancet nesta quinta-feira (10), em meio à pandemia da Covid-19 e a busca por um imunizante contra o novo coronavírus.

Segundo o estudo, que ouviu mais de 284 mil pessoas com mais de 18 anos em 149 países, entre 2015 e 2019, nações que enfrentam tais questões tendem a ter maior desconfiança sobre a segurança, importância e até mesmo a eficácia de vacinas , o que compromete os esforços de pesquisadores e cientistas na batalha contra os vírus e pode agravar episódios de pandemia no mundo.

Um exemplo apontado foi a Indonésia, que teve queda nos três quesitos, com o tema " importância de vacinas" sendo o de maior baixa: de 75% para 60%. De acordo com os autores da pesquisa, o questionamento dos líderes muçulmanos e a promoção de métodos alternativos por curandeiros locais podem explicar tal posicionamento da população.

Já no Brasil , a análise é contrária, com mais da metada de população avaliando de forma positiva os três tópicos relacionados aos imunizantes. Ainda assim, o estudo mostrou que houve queda em todos eles no mesmo período, seja na segurança (de 73% para 63%), na eficácia (75% para 56%) e na importância das vacinas (de 92,8% para 88%).

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Descrença nas vacinas aumenta

Outro ponto destacado pelo estudo é o aumento no percentual de pessoas que diz "discordar fortemente" que vacinas sejam seguras . É o caso, por exemplo, de Azerbaijão, Paquistão e Sérvia, que tiveram crescimento no total da população que concordava com a análise. Outro ponto analisado é a maior quantidade de pessoas do sexo masculino e com menor escolaridade que se mostraram menos favoráveis ao processo de vaciniação.

Apesar de apontar o extremismo, seja no campo da política ou da religião, como um dos principais fatores adversos, a análise mostra que nações laicas ou com democracia consolidada também podem enfrentar tais situações. Aqui, a Polônia é apontada como exemplo: o país teve queda nos índices de confiança e segurança em relação as vacinas.

Por este motivo, os pesquisadores apontam a importância da divulgação e conscientização da população não só por parte de cientistas, mas também do poder público, principalmente no momento em que o planeta busca vacinas para combater a Covid-19 e vê o ressurgimento de doenças antes erradicadas, como é o caso do sarampo no Brasil, por conta da expansão de grupos "anti-vacina" e da falta de uma postura mais "firme" dos governantes.

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