Durante a missa na Casa de Santa Marta desta sexta-feira (17), o papa Francisco afirmou que celebrar a missa sem a presença dos fiéis "é um perigo" e que a medida deve ser adotada neste momento apenas "para sair do túnel" da atual situação mundial.
"É verdade que neste momento é preciso [celebrar assim] para sair do túnel, para não permanecer assim. Essa não é a Igreja, é uma Igreja em uma situação difícil", disse o Pontífice durante a celebração, que foi transmitida de maneira online.
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Segundo Francisco, realizar as missas "com os meios de comunicação", fazendo uma "comunhão espiritual", não pode ser considerada uma modalidade normal para viver a fé. "Estamos juntos, mas não estamos juntos. Só a comunidade é Igreja. A Igreja é com o povo, com o sacramentos. [...] A Igreja é familiaridade completa com os sacramentos e o povo fiel de Deus", seguiu em sua homilia.
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Ainda durante sua pregação, o líder católico contou a história de um bispo italiano que pediu para que ele rezasse as celebrações da Semana Santa e da Páscoa - que foram fechadas aos fiéis - "com 20 ou 30 pessoas porque a basílica é grande e assim ele poderia ver as pessoas".
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O Pontífice disse que, em um primeiro momento, pensou "o que ele tem na cabeça?". "Mas, depois entendi. Ele me pediu para ficar atento para não viralizar a Igreja, não viralizar os sacramentos, não viralizar o povo de Deus porque eles são concretos", destacou ainda.
Desde o início de março, por conta do avanço da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), todas as celebrações religiosas do Vaticano são realizadas sem a presença dos fiéis - apenas com religiosos e funcionários da Santa Sé - e transmitidas via streaming para o mundo todo. A medida foi tomada como forma de evitar a propagação da Covid-19 e foi recomendada para todos os países em que a pandemia se instalou.