Brasileiros ficaram presos no Peru após fechamento das fronteiras
Arquivo pessoal/ Max Miller Miranda
Brasileiros ficaram presos no Peru após fechamento das fronteiras


A Embaixada do Brasil no Peru anunciou na tarde desta terça-feira (17) que o governo do Peru autorizou o retorno de turistas estrangeiros, inclusive os brasileiros, aos seus países de origem. De acordo com o comunicado, os cidadãos do Brasil devem preencher um  formulário, que foi disponibilizado no Facebook da embaixada e será encaminhado às companhias aéreas.

Até então, os brasileiros impedidos de deixar o Peru viviam momentos de drama e incerteza, desde que o país fechou suas fronteiras e decretou quaretena obrigatória para combater o coronavírus .

De férias no Peru, a paulista Mayara Nathalye esperava aproveitar o passeio até o dia 21 de março, data marcada para o retorno ao Brasil, onde ela retomaria a rotina de auxiliar administrativa e, algum tempo depois, no dia 28, seria submetida à sexta cirurgia para corrigir um problema renal.

O cenário mudou no último domingo, quando o presidente peruano, Martín Vizcarra, anunciou as medidas de prevenção, válidas até o dia 1º de abril .

Mayara e o marido Everson tentaram sair do país, mas os voos foram cancelados e eles foram expulsos do hotel em que estavam hospedados, em Cuzco. Nas ruas, encontraram  ar igidez do exército para fazer cumprir a quarentena e pouca circulação de pessoas, além de preços abusivos para conseguir uma nova hospedagem, ou mesmo se locomover.

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“Hotéis estão cobrando 70 dólares a diária por pessoa. Se você ficar aqui 15 dias, é um dinheiro que a gente não tem. Na segunda-feira a gente passou no mercado, e já subiram preço,  taxi também”, contou Mayara em contato por telefone com o iG.

Solidariedade

O casal encontrou refúgio temporário na casa de uma brasileira casada com um peruano, assim como outros dois casais, graças a um grupo de WhatsApp com turistas brasileiros impedidos de sair do país. A solidariedade entre os compatriotas minimizou o problema, conforme relata a paulista.

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“A gente criou um grupo no WhatsApp com todos os brasileiros que a gente foi encontrando pelo caminho. Essa moça falou: ‘eu sou casada com um peruano e tenho uma casa aqui, se vocês precisarem de ajuda’. Ela e o esposo nos apresentaram a dona de uma outra casa onde a gente vai se hospedar agora. Ela fez um preço mais barato que os hotéis”,  disse.

No aguardo

Enquanto aguardam as tratativas do Itamaraty com o governo do Peru e as companhias aéreas, os mais de 50 brasileiros presos no Peru vivem em regime de quarentena junto aos peruanos e turistas de demais nacionalidades.

“Aqui é super rígido. As poucas pessoas que estão na rua é para ir ou no mercado ou no farmácia. A Polícia e o Exército estão na rua. Eles mandam as pessoas voltarem para o hotel ou para casa. Quem está na rua, é para ir no mercado ou na farmácia”, observou Mayara.

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