Evo Morales
, ex-presidente de Bolívia
, deixou neste domingo (9) a Argentina
, onde estava exilado desde dezembro, e viajou a Cuba
para fazer um tratamento médico, segundo informações de jornais locais de Buenos Aires
. Ele deixou o país em novembro do ano passado após renunciar à presidência, ser eleito em um processo eleitoral que gerou polêmica e perder o apoio do Exército.
Em entrevista a uma rádio argentina, o presidente Alberto Fernández disse acreditar que Evo tenha viajado para se submeter a cuidados médicos. "Parece que ele está em tratamento e precisava viajar. Ele conversou comigo há alguns dias. Como refugiado, ele não tem nenhum impedimento para ir para Cuba. Ele tem direitos que ele pode exercer", afirmou.
A informação foi confirmada mais tarde pela assessoria de Morales, que disse que ele foi para Havana por motivos de saúde e deve voltar no próximo final de semana.
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Nas eleições presidenciais de novembro, Evo Morales disputava pela quarta vez o cargo e, no fim das apurações, quando ele tinha uma pequena vantagem ao seu opositor Carlos Mesa, a apuração parou e ficou suspensa por algumas horas. Depois da divulgação do resultado oficial, houve suspeitas de fraude nas apurações das urnas.
Diante das acusações, a Organização dos Estados Americanos (OEA) abriu um processo de auditoria e apresentou denúncias de irregularidades com base em um relatório. Naquele mesmo dia, Morales convocou novas eleições, mas não foi o suficiente: o exército exigiu sua saída.
No começo deste mês, o ex-presidente formalizou sua candidatura ao Senado da Bolívia, segundo informações do Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) do país.