Os Estados Unidos afirmaram, na quinta-feira (16), que 11 militares americanos ficaram feridos no ataque à base iraquiana de Ain al-Asad, represália iraniana ao assassinato do general Qassem Soleimani por ordens do presidente Donald Trump, no dia 3 de janeiro. Desde o ataque, no último dia 8, o governo americano afirmava que não havia mortos ou feridos.
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Em um comunicado, o Comando Central dos EUA no Iraque disse que “por mais que nenhum soldado americano tenha sido morto” na operação iraniana, “vários deles foram tratados por sintomas relacionados a concussões cerebrais”. Segundo a nota assinada pelo porta-voz Bill Urban, oito militares foram enviados para o centro médico americano em Landstuhl, na Alemanha, e outros três para o acampamento Arifa, no Kuwait para testes adicionais, onde ainda estão sob avaliação.
Urban explicou que o tratamento dado aos soldados é “padrão” para pacientes que estiveram perto de explosões — uma forma de averiguar se houve “lesões traumáticas cerebrais”. Cerca de 1.500 norte-americanos estavam posicionados na vasta base no deserto de Anbar, no Iraque.
A confirmação dos onze feridos contradiz aquilo que foi dito por Donald Trump após o ataque de Teerã para vingar a morte de Soleimani . O comandante era chefe das Forças Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária responsável pela articulação regional dos diversos grupos pró-Irã em países como Síria e Iraque .
"O povo americano deve ficar extremamente grato e feliz que nenhum americano ficou ferido nos ataques do regime iraniano. Nós não sofremos baixas, todos os nossos soldados estão seguros e apenas danos mínimos ocorreram em nossas bases militares", disse Trump, na ocasião.
Ao canal americano CNN, representantes do Departamento de Defesa dos EUA afirmaram que os sintomas surgiram “dias depois do ataque” e, por isso, a contradição entre as declarações prévias e os números que vieram à tona na quinta-feira.
O fato dos ataques iranianos não terem matado nenhum americano foi fundamental para o alívio das tensões regionais — caso contrário, o presidente Trump ameaçava responder “desproporcionalmente”. Já no dia seguinte, contudo, tanto Washington quanto Teerã afirmaram publicamente que não iriam se engajar em um confronto militar diretos.
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Ainda assim, a escalada de tensões trouxe outras consequências. Cinco horas após os ataques contra os americanos, a Guarda Revolucionária do Irã abateu, por "erro humano", um avião da Ukraine International Airlines, matando os 176 passageiros a bordo — em sua maior parte, cidadãos iranianos. Teerã só admitiu sua culpa três dias após o acidente, demora que gerou protestos nas ruas do país.