Patrick Boyle, de 22 anos, está sendo considerado um herói no país após os resgates
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Patrick Boyle, de 22 anos, está sendo considerado um herói no país após os resgates

Um jovem de 22 anos está sendo tratado como herói na  Austrália  por desafiar o fogo para salvar coalas. Ele resgatou nove animais na floresta carbonizada de eucalipto em Mallacoota, uma pequena cidade na região leste de Victoria, no estado de Gippsland.

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Patrick Boyle é caçador e decidiu buscar os coalas na quarta-feira quando viu que a cidade já havia criado uma rede de proteção para ajudar as pessoas que precisavam.

"Encontrei instantaneamente um coala machucado. É impressionante como eu os encontro facilmente. Mas mais de dez já estavam mortos", afirmou o jovem ao site stuff.co.nz.

A Austrália vive a maior onda de incêndios florestais de sua história. Cerca de 3.000 reservistas, juntamente com aeronaves e navios, estão sendo disponibilizados para ajudar nos esforços de evacuação e combate a incêndios.

Um abrigo para animais está recebendo os coalas que ele salvou: "o local está repleto de coalas e outros animais silvestres em todo o salão e no quintal. Eles têm muito pouco recurso, então qualquer ajuda que as pessoas possam dar é excelente.

Boyle disse que as pessoas foram rápidas em falar sobre questões ambientais , mas na verdade não fizeram nada para causar mudanças. 

"Sou caçador, uma das últimas pessoas que outros esperariam que ajudaria esses animais. Agricultores, caçadores e trabalhadores são os que estão por aí realmente realizando ações agora", disse ele. 

Na quinta-feira, um navio da Marinha chegou a Mallacoota para evacuar as pessoas, pois os incêndios florestais haviam destruído a cidade.

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Calcula-se que um terço da população de coalas — cerca de 8.000 animais — tenha morrido em decorrência do fogo . A ministra do Meio Ambiente da Austrália, Sussan Ley, afirmou à Australian Broadcasting Corporation que cerca de 30% dos habitats da espécie foram destruídos.

Segundo estimativa da Universidade de Sydney, meio bilhão de animais já morreram desde o início da crise, entre mamíferos (exceto morcegos), aves e répteis. Não entram na conta, portanto, insetos e anfíbios. A causa da morte foi, na maior parte das vezes, o próprio fogo. Parte dos animais, no entanto, sucumbiu pela fome, sede e maior exposição a predadores.

O número foi calculado pelo professor Chris Dickman, que possui 30 anos de experiência na área de ecologia e conservação de mamíferos da Austrália. Com base na densidade da população mamífera no estado da Nova Gales do Sul, estimada pela compilação de diferentes estudos, Dickman a multiplicou pela da vegetação do estado. A instituição reforçou que os números são "altamente conservadores", ou seja, "a verdadeira mortalidade é, provavelmente, substancialmente maior do que o estimado".

O calor abrasador e os ventos da tarde impulsionaram incêndios  em grandes áreas da Austrália no sábado, aumentando a devastação de uma temporada de incêndios mortal que já deixou 23 vítimas. Milhares de pessoas já foram evacuadas, enquanto muitas cidades ainda estão ameaçadas com chamas ferozes que assolavam o campo no início da semana.

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Mais de 12 milhões de acres queimaram até agora, uma área maior que a Suíça, e os danos devem piorar apenas nas condições extremamente áridas que permitem que os incêndios se espalhem. Os incêndios também são tão quentes e tão grandes que eles estão criando seus próprios padrões climáticos, o que pode piorar as condições.

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