Soldados turcos
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Soldados turcos em treinamento militar

A Turquia estaria preparando cerca de 1,6 mil mercenários sírios para serem enviados à Líbia, onde combaterão ao lado das forças leais ao primeiro-ministro Fayez al-Sarraj, líder de um governo de união nacional reconhecido como legítimo pela comunidade internacional.

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A informação é da ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos ( Sohr , na sigla em inglês). Segundo a entidade, 1,6 mil milicianos já foram transferidos para campos de treinamento turcos. Os mercenários seriam provenientes de Afrin, ex-enclave curdo conquistado por uma ofensiva de Ancara em 2018.

O governo da Turquia não confirma a operação, mas o Parlamento nacional deve votar na próxima quinta-feira (2) uma moção para autorizar o envio de tropas à Líbia .

As forças de Sarraj tentam conter uma ofensiva do marechal Khalifa Haftar para conquistar a capital Trípoli. Seu governo controla a porção oeste do país africano, mas as milícias de Haftar, apoiadas pelos Emirados Árabes e pelo Egito, dominam a maior parte do território nacional e são leais a um parlamento paralelo estabelecido em Tobruk, no leste.

A possível ofensiva turca, no entanto, pode movimentar o xadrez das potências no cenário internacional, uma vez que a Rússia dá apoio tácito a Haftar e já acusou Ancara de "ingerência" nos assuntos líbios.

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O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, tentou demover o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, da ideia de intervir na Líbia, embora também apoie Sarraj, mas sem sucesso. Roma vê a nação africana como prioridade de sua política externa e deseja uma solução pacífica para os conflitos, já que uma escalada da violência pode reacender a crise migratória no Mediterrâneo.

A Líbia vive dividida desde a queda de Muammar Kadafi, em 2011, e hoje não existe enquanto Estado unitário. Atualmente, Sarraj chefia um governo de união nacional reconhecido pela ONU e sediado na capital Trípoli.

Já Haftar comanda um conjunto de milícias leal a um parlamento paralelo estabelecido em Tobruk, no leste, que domina a maior parte do território líbio. No primeiro semestre, o marechal iniciou uma ofensiva para conquistar Trípoli, a qual diz estar tomada por "terroristas".

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Crítico do Islã político, Haftar é ex-aliado de Kadafi e se inspira no regime do presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, que deu um golpe militar em 2013 para derrubar a Irmandade Muçulmana. 

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