Policiais encarregados da segurança do palácio presidencial da Bolívia abandonaram o governo de Evo Morales neste sábado (9) e disseram que não vão mais reprimir manifestantes que pedem a renúncia do presidente do cargo. Ao todo, foram três unidades que se rebelaram: de Cochabamba (centro), Sucre (sudeste) e Santa Cruz (leste do pais).
A revolta teve início em Cochabamba, quando um policial com o rosto coberto anunciou, no Quartel-General da Unidade Tática de Operações (Utop) que eles estavam "amotinados". "Vamos estar com o povo, não com os generais", afirmou outro oficial.
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O recente processo eleitoral que reelegeu Evo Morales foi cercado de polêmicas. O sistema de contagem rápida de votos do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia antecipou um segundo turno entre Morales e Mesa na noite das eleições, no dia 20 de outubro.
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No entanto, após a temporária suspensão das apurações, que suscitou suspeitas e reclamações, o TSE anunciou uma mudança de tendência e finalmente declarou a vitória de Morales no primeiro turno com 47,08% dos votos, contra 36,51% de Mesa. A lei boliviana atribui a vitória no primeiro turno com mais de 50% dos votos ou com 40% e uma vantagem de 10 pontos percentuais sobre o segundo.