A Argentina se prepara para ir às urnas neste domingo (27), no primeiro turno das eleições presidenciais. As pesquisas de intenção de voto apontam que o atual presidente, Maurício Macri, deve ser derrotado logo no primeiro turno, de maneira esmagadora, pelo peronismo do candidato da oposição, Alberto Fernández, que tem a ex-mandatária Cristina Kirchner em sua chapa como vice.
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Macri aparece nas sondagens com apenas 32% das preferências, contra 52% de Fernández. Pelas regras da Argentina , um candidato pode ser declarado vencedor se conseguir 45% dos votos, ou 40%, mas desde que alcance 10 pontos percentuais de diferença do segundo colocado.
Nas primárias eleitorais, em agosto, Macri foi derrotado por Alberto Fernández , o que fez o dólar disparar e a bolsa sair, reagindo ao cenário político argentino. Tentando ganhar o eleitorado, Macri anunciou o aumento do salário mínimo e trocou o ministro da Fazenda. Mas o país enfrenta um cenário de crise, com a taxa de desemprego em torno dos 10% e limites para a compra de dólar.
No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro
já deu declarações públicas de que preferiria a reeleição de Macri a um retorno do peronismo, quebrando a tradição diplomática de não interferir em pleitos em outros países. Apesar da crise, a Argentina ainda é um importante parceiro comercial do Brasil. Já Cristina Kirchner anunciou em maio que seria candidata na chapa de Alberto Fernández, seu antigo chefe de gabinete.
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Os dois tinham rompido relações em 2008, com Alberto Fernández sendo uma das principais vozes críticas a Kirchner. No entanto, diante do cenário político, reaproximaram-se. A ex-presidente, que responder a vários processos judiciais na Argentina, decidiu se lançar como vice, em uma estratégia para unir votos de dois setores do peronismo e preservar sua imagem política - já arranhada pelos escândalos.