Chefe-executiva de Hong Kong, Carrie Lam, não descarta pedir ajuda do governo chinês.
Reprodução/Facebook Carrie Lam
Chefe-executiva de Hong Kong, Carrie Lam, não descarta pedir ajuda do governo chinês.

A chefe do Executivo de Hong Kong,  Carrie Lam  , disse nesta terça-feira não descartar pedir ajuda do governo chinês para lidar com os protestos  pró-democracia  e anti-Pequim que tomam as ruas da cidade há 17 semanas.

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Segundo Lam, Pequim deseja que Hong Kong resolva seus próprios problemas sozinha, mas que a Lei Básica, miniconstituição que rege o território, permite que a cidade peça auxílio à China:

"Se a situação se tornar muito ruim, nenhuma opção pode ser descartada se quisermos que Hong Kong ao menos tenha outra chance", disse a chefe do Executivo, durante sua entrevista coletiva semanal. "Eu e minha equipe estamos muito comprometidos para garantir que usaremos nossos próprios instrumentos para tentar restaurar a calma e a ordem em Hong Kong", continou.

Apesar de fazer parte da China , Hong Kong é regida por um modelo conhecido como " um país, dois sitemas " que lhe dá autonomia política, administrativa e judicial. São essas liberdades, garantidas na devolução do território pelos britânicos aos chineses, em 1997, que os manifestantes julgam estar ameaçadas pelo aumento da influência chinesa na região.

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Esta foi a primeira entrevista de Lam desde a polêmica invocação de poderes de emergência criados pelos pelos britânicos em 1922 para banir o uso de máscaras nas manifestações, no dia 4 de outubro. O veto foi imediatamente alvo de protestos, com manifestantes de rostos cobertos entrando em confronto com policiais em diversos pontos da cidade. Desde então, 77 pessoas foram presas por desafiar esta lei e ao menos 16 foram indiciadas.

O decreto emergencial também dá à Lam autoridade legal para aprovar leis sem precisar submetê-las ao Legislativo, como toque de recolher, censura à mídia e controle de portos e transporte. A chefe do Executivo, no entanto, disse nesta terça-feira que não tem planos de ampliar as leis de emergência, apesar de boatos de que pretendia suspender a internet .

Segundo fontes do governo local, a ativação da medida emergencial já vinha sendo discutida há algumas semanas, mas se tornou essencial após os violentos protestos que coincidiram com o aniversário de 70 anos da fundação da República Popular da China . Na ocasião, Tsang Chi-kin, de 18 anos, foi baleado no peito pela polícia — a primeira pessoa ferida com armas de fogo desde que os protestos começaram, em junho.

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"Eu acredito que se a mesma coisa que acontece em Hong Kong acontecesse em outros países, eles não responderiam com medidas mais leves do que as nossas", disse Lam, durante a entrevista coletiva.

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