O Vaticano está financiando a construção da primeira igreja indígena , localizada no coração da Floresta Amazônica , na região de Maturacá, próximo ao Pico da Neblina, norte do estado do Amazonas.
Batizada de Igreja Matriz Nossa Senhora de Lourdes , em razão da devoção dos índios a Nossa Senhora, a estrutura receberá fiéis da comunidade indígena Yanomami.
O projeto foi realizado de graça por dois arquitetos paranaenses, Tobias Bonk e Teresa Cavaco. Com capacidade para cerca de 500 pessoas, a estrutura será circular, com 32 metros de diâmetro, e terá 25 metros de altura, 875,49 m² e oito lados, paredes que permitirão ventilação.
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A previsão é de que as obras sejam iniciadas no segundo semestre de 2020. De acordo com o padre Thiago Faccini, assessor do setor de espaço litúrgico na Comissão Episcopal Pastoral para Liturgia na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), citado pelo site "G1", a expectativa é de que pelo menos cinco mil indígenas sejam beneficiados com a construção. Na entrevista, o religioso afirma que o projeto pretende "servir como uma luz no meio da Amazônia".
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"É esperança, é fé no amanhã", relatou. O pedido para a construção da catedral foi feito pelos próprios índios Yanomami ao arcebispo italiano Dom Giovanni D'Aniello e ao bispo de São Gabriel da Cachoeira, Dom Edson Damian. Depois disso, Damian fez a solicitação à CNBB, que acionou os arquitetos.
Segundo relato de Bonk, publicado no G1, a iniciativa passou pelas mãos do papa Francisco e, no começo deste ano, foi aprovada. Além disso, há cerca de um mês, o Vaticano já repassou parte do valor da obra para as autoridades católicas.
A estimativa inicial é de que a construção seja avaliada em R$800 mil. O valor, no entanto, poderá aumentar em decorrência de projetos complementares. O esboço já foi apresentado oficialmente no 12º Encontro Nacional de Arquitetura e Arte Sacra, realizado em Castanhal, no Pará. (ANSA)