
O presidente russo Vladimir Putin reiterou, durante seu encontro com Nicolás Maduro, que a Rússia apoia o diálogo entre o governo venezuelano e a oposição e reconhece como legítimas “todas as autoridades” do país, incluindo o Parlamento, de maioria opositora.
Depois de receber Maduro no Kremlin, Putin reforçou seu apoio ao governo venezuelano, mas pediu que ele negocie com seus críticos , argumentando que a recusa ao diálogo pode agravar a crise no país.
“Não há dúvida de que somos a favor do diálogo que você, senhor presidente, e seu governo estão tendo com a oposição”, afirmou Putin. “Acreditamos que recusar essas conversas é irracional, prejudica o país e serve apenas para ameaçar o bem-estar da população”, disse.
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Há duas semanas, líder opositor Juan Guaidó anunciou que o diálogo com o governo, mediado pela Noruega, havia chegado ao fim diante da recusa da delegação do chavista de voltar à mesa de negociações. Segundo Guaidó, reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, Maduro abandonou o processo “com desculpas falaciosas”. Um dia depois, no entanto, o governo revelou uma série de “acordos parciais” com setores minoritários da oposição, que incluíam o retorno de sua bancada à Assembleia Nacional.
No encontro com Putin, nesta quarta-feira (25), Maduro disse que a reunião com o presidente russo permitirá fazer um balanço do trabalho realizado este ano: “Examinar quais problemas persistem, quais realidades os dois lados enfrentam, como estão sendo feitos progressos em várias áreas e elaborar planos futuros”, afirmou. “Juntos, podemos superar qualquer dificuldade”, disse.
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Putin, por sua vez, comemorou o aumento da cooperação entre os dois países e disse que a Rússia planeja enviar 1,5 milhão de vacinas contra a gripe à Venezuela “em um futuro próximo”.
Venezuela e Rússia têm uma longa história de vínculos e o antecessor de Maduro, Hugo Chávez, sempre foi bem-vindo no Kremlin. A Rússia é o segundo maior credor em Caracas, atrás da China: Moscou investe quantias significativas nos recursos petrolíferos da Venezuela, enquanto Caracas adquire armas russas no valor de bilhões de dólares.