Com mais de 91% dos votos apurados na segunda eleição geral realizada em seis meses em Israel , os partidos aliados ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não conseguiram o número de cadeiras necessárias para a formação de um novo governo.
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Segundo os resultados, tampouco o bloco de centro-esquerda, liderado pelo general reformado Benny Gantz , elegerá os 61 deputados que representam a maioria mais uma das 120 cadeiras do Knesset, o Parlamento de Israel .
De acordo com dos dados prévios, o bloco do premier , formado por siglas de direita e ultraortodoxas, conta, no momento, com 55 assentos, enquanto o bloco de centro-esquerda tem 56. Para controlar a casa, são necessários 61 parlamentares.
O partido Azul e Branco , de Benny Gantz , está na frente com 32 dos 120 assentos do Congresso. O Likud , de Netanyahu , vem logo atrás, com 31 deputados. Os números preliminares indicam que o Likud perdeu sete dos atuais 38 parlamentares.
O ultraortodoxo Shas deverá ter nove cadeiras e o Judaísmo Unido da Torá, oito. A apuração também indica que o Yamina, de extrema direita, ficará com sete assentos, o Partido Trabalhista, com seis, e a União Democrática, com cinco.
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Os resultados também confirmam o crescimento da Lista Árabe — que, com 13 cadeiras, deverá se tornar a terceira maior legenda do país. O comparecimento às urnas de comunidades árabes, foi de 60% nestas eleições, dez pontos percentuais a mais que na votação de abril, sinal de rejeição às políticas nacionalistas de Netanyahu e a sua promessa de anexar parte da Cisjordânia ao território de Israel.
O opositor Benny Ganz e partidos menores de centro-esquerda poderiam chegar à maioria das cadeiras em uma coalizão com os parlamentares árabes, mas, nos 71 anos da história da Israel, nenhum partido sionista fez uma coalizão formal com essa bancada, que representa 20% da população do país.
Como se previa antes do pleito , o fiel da balança para a formação de uma coalizão de governo deverá ser o partido ultranacionalista Yisrael Beitenu (Israel Nossa Casa). Com nove cadeiras, o partido é liderado pelo ex-ministro da Defesa Avigdor Liberman, que rompeu com Netanyahu em abril por ser contrário à participação de partidos ultraortodoxos no governo.
Quando a apuração acabar, as negociações para a formação de um novo governo poderão se estender por até seis semanas. Na manhã desta quarta-feira, tanto Gantz quanto Liberman defenderam um governo de união entre o Yisrael Beitenu, o Likud e o Azul e Branco, mas excluindo a participação de Netanyahu, que está no poder há 10 anos.
"Polarização e divisões ficam para trás e a unidade e reconciliação estão à nossa frente", disse o general reformado.
O premier, por sua vez, disse aos seus apoiadores em Tel Aviv que começaria negociações para formar "um forte governo sionista" e bloquear um "governo perigoso, antissionista" que contaria com o apoio da Lista Árabe. Abatido, o primeiro-ministro foi recebido no quartel-general de sua campanha com gritos de "Bibi, rei de Israel" e "Nós não queremos unidade".
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Caso fique fora do governo, Netanyahu perderá sua imunidade parlamentar. No dia 3 de outubro, o procurador-geral de Israel, Avihai Mandelblit, deverá anunciar se denunciará ou não Netanyahu por corrupção — ele é acusado de aceitar cerca de US$ 200 mil (R$ 816.520) em presentes e de criar regras para beneficiar donos de meios de comunicação, ganhando assim seu apoio.
Uma maioria no Knesset poderia garantir imunidade ao premier até o fim de seu mandato, algo que provavelmente seria alvo de críticas e desafios legais na Suprema Corte. O primeiro-ministro afirma que as acusações foram plantadas por seus oponentes da esquerda e por uma imprensa contrária ao governo.