O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a levantar suspeitas contra o Irã
pelos ataques do último sábado contra duas das principais instalações de produção e processamento de
petróleo da Arábia Saudita.
Leia também: Rússia considera "inaceitável" resposta militar ao ataque na Arábia Saudita
Trump
, no entanto, mais uma vez não chegou a acusar diretamente o país persa pela ação que levou a uma disparada nos preços do petróleo nesta segunda e elevaram as tensões em
uma já complicada situação na região do Golfo Pérsico, afirmando apenas que no momento o Irã “parece ser” o responsável pelos ataques, mas que quer "evitar" um conflito na
região.
"Claramente parece assim neste momento. É o que parece", disse o presidente americano em entrevista no Salão Oval da Casa Branca, acrescentando ainda querer determinar “com
certeza” o responsável pelos ataques e “evitar” uma guerra com o Irã. "Queremos determinar com certeza quem fez isto. Dito tudo isto, certamente gostaria de evitar (uma guerra).
Não quero guerra com ninguém", acrescentou.
Mais cedo, no Twitter, Trump já havia declarado duvidar da afirmação do Irã, na véspera, de que não teve envolvimento nos ataques. “Lembram de quando o Irã derrubou um drone,
dizendo que ele estava em seu ‘espaço aéreo’ quando, na verdade, não estava nem perto. Eles defenderam essa versão mesmo sabendo que era uma grande mentira. Agora eles dizem que
nada têm a ver com o ataque à Arábia Saudita. Veremos?”, escreveu.
Outras lideranças políticas dos EUA
, porém, não se mostraram tão cautelosas em acusar o Irã pela ação. A integrantes do Gabinete de Trump como o secretário de Estado, Mike
Pompeo, e o secretário de Energia, Rick Perry, se juntaram nesta segunda figuras de destaque do Congresso, em especial parlamentares republicanos alinhados ao Trump.
“O Irã continua a responder à diplomacia com violência e demonstrar a recusa do regime de agir como um integrante responsável da comunidade internacional”, afirmou o senador
republicano Jim Risch, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Casa, em um comunicado, alertando que os EUA retaliariam a qualquer ataque contra suas tropas na região.
“O Irã não deve subestimar a determinação dos Estados Unidos. Qualquer ataque contra as forças dos EUA mobilizadas no exterior terá uma resposta avassaladora. Nenhum alvo está
fora da mesa”, acrescentou.
Leia também: Trump rejeita pedido de impeachment de juiz acusado de abuso sexual
Outros parlamentares americanos, no entanto, se apressaram em destacar que cabe ao Congresso, e não ao presidente, declarar guerra, e alertaram contra qualquer ação militar
precipitada.
"Por que devem os EUA serem arrastados para um conflito que tem mais a ver com o poder saudita e iraniano no Oriente Médio
do que com o poder americano?", questionou o senador
democrata Chris Murphy, que também integra a Comissão de Relações Exteriores da Casa.
Neste sentido, mesmo políticos republicanos pedem cautela antes de os EUA deflagrarem qualquer ação na região em resposta aos ataques. Em entrevista á rede de TV CNN
, o senador
republicano Rand Paul, mais um integra a Comissão de Relações Exteriores da Casa, afirmou que qualquer ataque ao Irã neste momento constituiria uma “escalada desnecessária” da
situação.