COREIA DO NORTE — O governo da Coreia do Norte condenou um teste de um míssil de médio alcancefeito pelos EUA , no domingo, o primeiro de uma arma do tipo desde a saída do país do acordo que regulava armas nucleares de médio alcance, assinado com a Rússia nos anos 1980.
De acordo com um porta-voz, citado pela agência oficial de notícias, aKCNA , o teste foi visto em Pyongyang como “um movimento perigoso”, que pode ser colocado em um contexto de “ militarização da península coreana".
O porta-voz, que, como de costume, não é identificado nos despachos da imprensa norte-coreana, ainda cita como preocupante a “tentativa de introduzir grandes quantidades de armas de ataque, como os caças F-35 e F-16, no Japão e na Coreia do Sul ”. Para ele, esses movimentos poderiam levar a uma “ nova guerra fria na região”.
Por fim, a nota da KCNA diz que “a posição de resolver os problemas através do diálogo e negociação permanece inalterada”, mas que o governo “não está interessado em dialogar com ameaças militares”.
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Notas com críticas à militarização no Leste Asiático não são novidade na principal agência de notícias da Coreia do Norte. Mas, dessa vez, chama atenção justamente o tom crítico ao teste de mísseis feito pelos EUA . Rússia e China já tinham feito críticas semelhantes .
Depois de uma aproximação que trazia grande expectativas, no ano passado, o diálogo entre EUA e Coreia do Norte segue paralisado desde o fracasso do último encontro de cúpula entre Kim Jong Un e Donald Trump , em fevereiro.
Os dois chegaram a se encontrar em julho, na Zona Desmilitarizada na fronteira entre as duas Coreias, com direito a alguns passos de Trump dentro da Coreia do Norte, o primeiro presidente americano no cargo a fazê-lo. Na época, concordaram em retomar as conversas em torno do programa nuclear norte-coreano e chegaram a trocar cartas amistosas. Trump inclusive fez vista grossa a uma série de testes de mísseis realizados nas últimas semanas por Pyongyang.
Esta semana, o representante especial dos EUA para a Coreia do Norte, Stephen Biegun, está em viagem ao Japão e à Coreia do Sul, em busca de apoio para a retomada das negociações.