As suspeitas de que o acidente da última quinta-feira (8) que matou cinco cientistas na Rússia aconteceu em testes de um novo míssil nuclear alardeado pelo presidente Vladimir Putin foram reforçadas nesta segunda-feira (12) pelo chefe da agência nuclear da Rússia (Rosatom), Alexei Likhachev, que prometeu ser bem-sucedido no desenvolvimento de novas armas para o país.
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Em discurso durante o funeral das cinco vítimas na cidade fechada de Sarov, cerca de 400 quilômetros a Leste da capital da Rússia e que incluiu salvas de tiros de canhão, Likhachev elogiou os cientistas, afirmando serem o “orgulho do país” e “orgulho do setor atômico”.
"O melhor tributo que podemos fazer a eles é continuar com nosso trabalho em novos modelos de armas, que definitivamente serão levados até o fim", acrescentou, de acordo com
relato da agência de notícias russa RIA.
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Durante o fim de semana, a Rosatom já tinha reconhecido a ocorrência de uma explosão durante testes de um foguete numa plataforma marítima no Norte da Rússia. A princípio, o
Ministério da Defesa russo afirmou que os níveis de radiação na região estavam normais, mas um pico registrado numa cidade próxima levou especialistas americanos a suspeitarem
de uma falha durante testes de um novo míssil de cruzeiro movido a energia nuclear conhecido como Burevestnik.
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O Burevestnik
é um dos integrantes de uma nova gama de armas estratégicas russas cujo desenvolvimento é impulsionado por Putin, numa nova corrida armamentista alimentada pelo
crescimento das tensões entre Rússia
e EUA e acelerada pelo fim, no mês passado, do Tratado sobre Armas Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês), um dos mais
importantes acordos de controle de armas assinado entre as duas potências durante a Guerra Fria. O Kremlin não comentou o acidente.