Protestos tomaram conta de todo o país durante meses; população que depôs líder autocrata queria presidente civil
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Protestos tomaram conta de todo o país durante meses; população que depôs líder autocrata queria presidente civil

A junta militar que controla o Sudão desde abril e a aliança de oposição da sociedade civil assinaram nesta quarta-feira (17), em Cartum, um acordo de divisão do poder para estabelecer um governo de transição e encerrar a crise no país.

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As duas partes firmaram uma "declaração política", enquanto a "declaração constitucional" deve ser aprovada dentro de alguns dias. "É um momento histórico", disse o general Mohamed Hamdan Dagalo, o "Hemedti", vice-presidente da junta militar do Sudão .

Hemedti é líder da milícia Forças de Suporte Rápido (RSF, na sigla em inglês), que avançou contra manifestantes durante protestos pró-democracia nos últimos meses. O mesmo grupo é acusado de praticar estupro e tortura em Darfur, região palco de crimes contra a humanidade durante a ditadura de Omar al Bashir.

O líder autocrata foi deposto em 11 de abril, após quatro meses de protestos populares contra um regime que vigorou por 30 anos. Os manifestantes, no entanto, continuaram nas ruas para exigir a transferência do poder para civis.

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O acordo desta quarta dá sequência a um compromisso alcançado em 5 de julho e prevê a formação de um "conselho soberano" que governará o país por três anos e três meses. O colegiado será composto por cinco militares e cinco civis, além de um civil com passado militar.

O conselho será presidido por um militar nos primeiros 21 meses e por um civil nos 18 restantes, em uma concessão significativa da aliança de oposição Forças de Declaração da Liberdade e da Mudança, que exigia a transferência imediata do poder para a sociedade civil.

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O grupo pró-democracia ficará responsável por formar o ministério, enquanto os dois lados definirão as regras para o poder Legislativo nos primeiros três meses da transição no Sudão .

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