Reportagem do The New York Times diz que conselhos do apresentador Tucker Carlson ajudaram Trump a cancelar ataque
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Reportagem do The New York Times diz que conselhos do apresentador Tucker Carlson ajudaram Trump a cancelar ataque

Conselhos de Tucker Carlson, popular apresentador da Fox News, foram um fator decisivo para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cancelar o ataque ao Irã, afirma uma reportagem do  New York Times  publicada na noite de sexta-feira (21).

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Segundo o jornal, Carlson disse que Trump não seria reeleito caso atacasse o país persa, o que ajudou o presidente a não conduzir o ataque. Em uma detalhada reportagem com a colaboração de dez jornalistas, o NYT diz que Trump ouviu conselhos de generais, membros da alta cúpula do governo e de diplomatas.

Enquanto os assessores de segurança nacional — muitos deles, como o conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, notórios entusiastas de soluções militares — pediram que ele ordenasse um ataque militar contra o Irã em retaliação ao abate de um drone de espionagem não tripulado, Carlson o aconselhara recentemente a não responder a Teerã com força, o que seria “uma loucura”.

“Os falcões não tinham os melhores interesses de Trump em seus corações. E se ele entrasse em guerra com o Irã , Trump poderia dar adeus ao sonho de ser reeleito”, aconselhou o apresentador, segundo o NYT .

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O jornal acrescenta que isso “certamente reforçou as dúvidas que o próprio Trump já tinha ao tomar uma das mais importantes decisões de política externa de sua Presidência. Por sua própria conta, o presidente cancelou a ofensiva na noite de quinta-feira, com apenas 10 minutos faltando para evitar a morte de 150 pessoas”.

O NYT ressalta que as preocupações que Trump escutou de Carlson refletiram a parte do presidente que sempre hesitou em iniciar guerras. “Beligerante e confrontador como ele é em sua personalidade pública, Trump mais de uma vez recuou do uso da força, por estar convencido de que os Estados Unidos desperdiçaram muitas vidas e muito dinheiro em guerras sem sentido no Oriente Médio. Ele considera  que as decisões de seus antecessores foram erradas e deseja evitar repeti-las”, destacou a publicação.

Um novo estilo

O jornal ressalta que a proximidade em que Trump esteve de atacar o Irã serviu para deixar claro como o processo de tomada de decisão do presidente é diferente do de seus antecessores.

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“Reuniões e memorandos à parte, ele confia mais em seus instintos do que em instituições, procura fontes não convencionais para orientação e está disposto a desafiar uma sala cheia de conselheiros. Ele não tem um secretário de Defesa confirmado pelo Senado há quase seis meses, e o secretário interino renunciou nesta semana. E aqueles conselheiros que ele tem estavam ocupados tentando passar uns por cima dos outros”, destacou o jornal, em referência à renúncia do secretário da Defesa interino, de Patrick Shanahan.

Segundo o NYT , Trump resistiu a uma resposta militar ao Irã por semanas, até que, na hora em que acordou na manhã de quinta-feira, descobriu que uma aeronave espiã americana havia sido abatido, segundo o governo iraniano por ter invadido o espaço aérero do país.

Na manhã de quinta-feira, Trum se reuniu para o café da manhã na Casa Branca às 7 horas da manhã com Bolton e outros conselheiros militares, que o informaram sobre a possibilidade de um ataque . Este quase aconteceu, até Trump, segundo o próprio, achar que o número de 150 vítimas era alto demais e “desproporcional” à derrubada de um drone não tripulado.

Iranianos furiosos

Além disso, informou o New York Times , uma informação que Trump recebeu do general aposentado Jack Keane pode tê-lo ajudado a decidir.

O presidente foi informado que  "líderes nacionais iranianos estavam frustrados ou furiosos com o comandante tático que tomou a decisão de abater o drone americano”, disse o general ao jornal. Entre aqueles que disseram estar com raiva, afirmou Keane, estava Qassim Suleimani, o poderoso comandante da força de elite da Guarda Revolucionário do Irã.

O general Keane disse que não está claro se o comandante que ordenou o abate estava operando dentro de sua autoridade para fazê-lo. Mas de qualquer forma, segundo ele, Trump ficou impressionado por possivelmente arriscar uma escalada perigosa motivada por uma ação que não seria um ataque sob ordens dos principais líderes do Irã.

"O que foi decisivo para ele foi a comparação entre destruir baterias de mísseis e matar pessoas e abater um drone", afirmou o general Keane.

Após cancelar o ataque, afirmou o NYT , Trump ligou a televisão para assistir à abertura do programa de Carlson, onde ele ouviu o que certamente deve tê-lo deixado satisfeito. Na tela, Carlson declarou que "as guerras estrangeiras terminaram em fracasso sombrio para os Estados Unidos".

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Embora nenhuma decisão tenha sido anunciada, Carlson elogiou Trump por resistir à intervenção militar no Irã. "As mesmas pessoas que nos atraíram para o atoleiro no Iraque há 16 anos estão exigindo uma nova guerra, essa com o Irã", disse o apresentador. "O presidente, para seu grande crédito, parece estar cético em relação a isso. Muito cético", continuou. 

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