A ex-analista militar americana Chelsea Manning voltou à prisão nos Estados Unidos por desacato, segundo o seu porta-voz. Ela havia sido libertada na semana passada, depois de dois meses detida, por ter se recusado a depor contra o fundador do WikiLeaks, Julian Assange.
No início de março, Manning foi presa acusada de desacato à Justiça, depois de se negar a depor diante do grande júri responsável por investigar o WikiLeaks e seu fundador. Em 2010, ela repassara a Assange 2010 uma grande quantidade de documentos confidenciais, incluindo informações sobre operações militares americanas que mataram inocentes.
Os 62 dias em que ela passou presa se somam a sete anos anteriores, de uma pena de 35 anos, por promover um dos maiores vazamentos de dados confidenciais da História americana. Acabou sendo solta por Barack Obama , quando o democrata ocupava a Presidência.
Sua prisão fez parte de uma longa investigação criminal sobre o WikiLeaks e seu líder, Julian Assange, que data do governo Obama e que o governo Trump ressuscitou. Manning recusou-se a cooperar na investigação, apesar de os promotores do Distrito Leste da Virgínia terem concedido imunidade ao seu depoimento. Ela argumentou que seus direitos constitucionais lhe garantiam o direito de não responder ao interrogatório e que estava preparada para enfrentar as consequências de manter-se em silêncio.
A libertação foi motivada pela expiração dos 62 dias de detenção determinados pelo grande júri, explicou o grupo The Sparrow Project, que apoia Manning . Já era previsto que ela deveria se apresentar a um grande júri nesta quinta-feira. Fundamentais na Justiça americana, os grandes júris, grupos de cidadãos escolhidos por sorteio, são responsáveis por investigar em total sigilo assuntos penais federais considerados graves.
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Em 2013, a ativista transexual, ainda conhecida pelo nome de Bradley Edward, foi condenada a 35 anos de prisão em uma corte marcial pela divulgação de 750 mil documentos diplomáticos e informações militares, o que provocou um grande embaraço para Washington.
Em 11 de abril deste ano, Assange foi detido na embaixada do Equador em Londres, onde permaneceu refugiado por sete anos. Ele é objeto de um pedido de extradição dos Estados Unidos. Foi na prisão que ela iniciou seu processo de transição para o gênero feminino.