O Parlamento da Venezuela foi cercado nesta terça-feira (14) por forças de segurança do governo do presidente Nicolás Maduro por conta de uma suposta bomba dentro da sede do Legislativo, em Caracas. Segundo deputados, o acesso ao prédio está vetado, enquanto há cerca de 15 membros do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) dentro do edifício.
A Assembleia Nacional é o único órgão de poder na Venezuela de maioria opositora. Os acontecimentos desta manhã foram confirmados pela conta oficial do Parlamento e de deputados opositores.
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O Legislativo considera Maduro um "usurpador do poder", por conta das suspeitas de fraude na votação nacional que o reelegeu no ano passado para um segundo mandato. Isso levou a Casa em janeiro a proclamar seu líder, Juan Guaidó , presidente interino do país — assim reconhecido por mais de 50 nações. O governo, por sua vez, considera a AN em desacato.
Em sua conta no Twitter, o Parlamento protestou contra a presença dos agentes de segurança, que incluem também a Guarda Nacional Bolivariana (GNB) e a Polícia Nacional Bolivariana (PNB): "Corpos de segurança (GNB, PNB e SEBIN) do regime usurpador continuam impedindo os acessos ao Palácio Federal Legislativo."
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A ação gera desconfiança da oposição, que levantou a possibilidade de motivações políticas para a entrada de agentes do Sebin no Legislativo: "Há instantes fui informado por funcionários da Assembleia que estão ingressando no Palácio Legislativo 15 funcionários do Sebin. A desculpa: um suposto aparato explosivo", escreveu o deputado da Venezuela Biagio Pilieri no Twitter.