O general venezuelano Hugo Carvajal, ex-diretor de inteligência militar durante o governo de Hugo Chávez, foi detido nesta sexta-feira em Madri a pedido dos Estados Unidos, que o busca por tráfico de drogas, informou a Polícia Nacional espanhola.
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Em julho de 2017, Carvajal, na época cônsul em Aruba, foi brevemente detido na ilha a pedido dos Estados Unidos, que o acusam de colaborar com o narcotráfico. No entanto, ele foi libertado e pôde retornar à Venezuela.
Agora, aquele que foi durante uma década diretor de inteligência militar sob o governo de Chávez (1999-2013) denunciou a "desastrosa realidade" da Venezuela após seis anos de Presidência de Nicolás Maduro.
No dia 21 de fevereiro, Carvajal postou um vídeo em sua conta no Twitter em que reconhece como presidente no comando da Venezuela o líder da oposição Juan Guaidó. Na ocasião, Carvajal chamou Maduro de ditador e disse que seu "círculo interno corrupto" se envolveu com o tráfico de drogas e cortejou o grupo libanês xiita Hezbollah.
Em entrevista ao New York Times, o ex-diretor de inteligência militar, que é deputado pelo Partido Socialista, instou os militares a romperem com o presidente, num momento em que a oposição tentava entrar no país com remessas de ajuda internacional, que terminaram bloqueadas nas fronteiras com Brasil e Colômbia.
Em resposta, Maduro expulsou-o das Forças Armadas e despojou-o do posto de major general, como fez com o até então general da divisão Carlos Rotondaro, que também havia reconhecido Guaidó.
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Carvajal também foi acusado na Venezuela
de "atos de traição contra a pátria". De acordo com a resolução publicada no diário oficial de 20 de março, esta foi uma medida "exemplar" e "disciplinar".
A detenção um homem que já guardou os segredos do governo chavista pode acrescentar uma dose de pressão ao presidente, num momento em que o país vive uma profunda crise política e econômica, com apagões deixando grandes áreas do território às escuras.