O atirador australiano Brenton Tarrant, de 28 anos, que realizou um ataque a tiros em uma mesquita na Nova Zelândia, nesta sexta-feira (15) , utilizou suas redes sociais para transmitir o atentado ao vivo e publicar um manifesto de mais de 70 páginas, no qual se descrevia como uma pessoa “etnonacionalista e facista”.
Segundo o site australiano ABC , Tarrant trabalhou como personal trainer em uma academia da cidade de Grafton, a cerca de 600 km de Sidney, entre os anos de 2009 e 2011. O atirador ainda seria um profissional dedicado e que participava de um programa voluntário de atendimento a crianças do bairro.
Após os ataques simultâneos a duas mesquitas da cidade de Christchurch, no sul da Nova Zelândia , que deixou ao menos 49 mortos e 48 feridos, a polícia informou que prendeu quatro suspeitos, porém não confirmou se Tarrant era um deles.
As imagens transmitidas ao vivo pelo Facebook foram gravadas por uma câmera presa no capacete do atirador, que aparece invadindo a mesquita Al Noor, no centro da cidade, com uma arma de grosso calibre e atirando contra as pessoas que estavam no templo - tanto nas que ainda estavam vivas quanto nas que já estavam caídas.
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Testemunhas declararam à imprensa local que, por volta das 13h40 no horário do país (21h40 de quinta no horário de Brasília), um homem branco e loiro, usando trajes militares invadiu a mesquita e deu início ao ataque. O templo ainda estaria cheio, já que sexta-feira é um dia em que os muçulmanos dedicam à oração, e muitas pessoas foram vistas saindo do local correndo.
Por meio do manifesto, o atirador declarou ter nascido em uma família trabalhadora e de baixa renda, além de pertencer a uma linhagem de escoceses, irlandeses e ingleses, afirmando ser um homem “branco comum, de uma família comum”. "As origens da minha língua são europeias, minha cultura, minhas crenças filosóficas, minha identidade é europeia e, mais importante, meu sangue é europeu".
Tarrant ainda conta que planejou o atentado durante dois anos e que tinha como objetivo informar que não há locais seguros no mundo. O atirador ainda cita dois terroristas que cometeram ataques semelhantes, Darren Osbourne e Anders Behring Breivik, e declarou que espera que menos pessoas tenham interesse em migrar para as “terras europeias”, ao"mostrar aos invasores que nossas terras nunca serão as terras deles, enquanto um homem branco viver, e que eles nunca irão substituir nosso povo".
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A polícia de Christchurch pediu para que a população fique dentro de suas casas, a fim de evitar novos incidentes, até que o atirador australiano e os demais suspeitos sejam localizados e neutralizados. Na Nova Zelândia, a venda de armas é liberada para maiores de 16 anos e não há registro dos armamentos.