Donald Trump afirmou que sofreu racismo durante o discurso de Spike Lee, na entrega do Oscar, na noite de ontem
Reprodução/Casa Branca
Donald Trump afirmou que sofreu racismo durante o discurso de Spike Lee, na entrega do Oscar, na noite de ontem

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (25) que fez mais pelos afro-americanos do que "quase qualquer" outro presidente dos EUA. A mensagem foi uma resposta ao que Trump chamou de "ataque racista", que sente ter sofrido do cineasta Spike Lee, na cerimônia de entrega do oscar de 2019, ocorrida na noite deste domingo (24). 

Ao receber o prêmio de melhor roteiro adaptado pelo filme Infiltrado na Klan – um longa baseado em histórias reais, que  se posiciona contra o racismo –, o diretor Spike Lee, que é negro, lembrou o público que as eleições de 2020 estão chegando e afirmou que é preciso "estar do lado certo da história". Esse foi o único discurso político da cerimônia e foi justamente nele que se concentrou o único comentário de Donald Trump sobre o evento.

Trump publicou em seu Twitter que "Seria legal se Spike Lee pudesse ler suas anotações" e chamou o comentário político do cineasta de um "ataque racista" contra ele. Spike Lee , no entanto, não citou nem o presidente norte-americano nem o seu governo em sua declaração.

"Seria legal se Spike Lee pudesse ler suas anotações, ou melhor ainda, não ter que usar notas, ao fazer seu ataque racista ao seu presidente, que fez mais pelos afro-americanos (reforma da justiça criminal, números de desemprego mais baixos na história, cortes fiscais etc.) do que quase qualquer outro presidente!”, escreveu Trump.

Discurso de Spike Lee incomodou Trump

Spike Lee ganha o Oscar de Roteiro Adaptado e comemora com Samuel L. Jackson; discurso incomodou Donald Trump
reprodução/ABC
Spike Lee ganha o Oscar de Roteiro Adaptado e comemora com Samuel L. Jackson; discurso incomodou Donald Trump

Ontem, o diretor também usou o espaço do seu discurso para lembrar a época do racismo nos EUA e para falar brevemente sobre o enredo da história que o premiou como Oscar. 

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"A minha avó, que viveu até 100 anos de idade, apesar de sua mãe ter sido escrava, conseguiu se formar. Ela viveu anos com seu seguro social, e conseguiu me levar para a universidade NYU. Diante do mundo, eu gostaria de reverenciar os ancestrais que construíram esse país, e também os que sofreram genocídios. Os ancestrais que vão ajudar a voltarmos a ganhar nossa humanidade”, declarou

"Nós fizemos um filme sobre um homem gay imigrante que viveu sem pedir desculpas. E estar aqui homenageando ele comprova que temos que homenagear pessoas assim. Eu também sou um imigrante . Parte da minha história está sendo escrita agora e eu não podia estar mais grato a cada um de vocês", disse o diretor.

Sobre as eleições, falou que "é uma escolha moral, do amor sobre o ódio”. Encerrando a fala com a frase de ordem que dá nome a um de seus filmes mais importantes: “Vamos fazer a coisa certa.”

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Apesar de não ter citado o presidente norte-americano em seu discurso, Spike Lee dirigiu o filme Infiltrado na Klan, que faz uma aproximação clara e bastante didática das semelhanças dos discursos e decisões do governo de Donald Trump com personagens fanáticos ligados ao movimento dos suprematistas brancos do período em que se passa a narrativa.

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