O regime de Nicolás Maduro se apoia na lealdade dos militares para se manter no controle
Cancillería Venezuelana
O regime de Nicolás Maduro se apoia na lealdade dos militares para se manter no controle

Dois militares da Guarda Nacional Bolivariana desertaram pela fronteira da Venezuela com o Brasil na noite deste sábado (23). Os dois são sargentos e, de acordo com o coronel do Exército brasileiro Georges Feres Kanaan, encontram-se alojados no abrigo para refugiados de Pacaraima neste domingo (24).

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Eles são os primeiros militares desertores do regime de Nicolás Maduro pela fronteira com o Brasil. No sábado, mais de 60 abandonaram a Venezuela pela fronteira com a Colômbia, segundo informações do governo colombiano.

“Estamos aqui no posto de triagem da Operação Acolhida e ontem à noite dois militares da guarda nacional venezuelana se apresentaram como refugiados”, afirmou Kanaan, que é também coordenador-adjunto da Operação Acolhida , iniciativa do governo federal voltada a receber os migrantes venezuelanos que entram no Brasil.

Ainda segundo Kanaan, os dois sargentos estavam uniformizados quando entraram no Brasil. Eles chegaram a pé, por um local não identificado, e desarmados. "Nossa preocupação foi o acolhimento, para eles sentirem que estão sendo acolhidos. O tratamento dado a eles é como para qualquer outro solicitante de refúgio”, disse o general.

Os dois militares solicitaram refúgio ao entrar, e disseram às autoridades brasileiras que decidiram desertar após os confrontos de ontem (23) entre venezuelanos e soldados da guarda nacional na fronteira com o Brasil. Os conflitos em Santa Helena de Uairén, que deixaram três mortos segundo uma médica venezuelana também contribuíram para a decisão.

Os desertores afirmaram ainda que outros militares venezuelanos pensam em fugir do país.

O último sábado foi marcado por uma situação muito tensa nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e a Colômbia. O regime de Nicolás Maduro bloqueou as entradas do país , impedindo a passagem da ajuda humanitária. Manifestantes tentaram possibilitar a entrada das doações e  entraram em confronto com as Forças Armadas da Venezuela, principalmente após dois caminhões serem incendiados depois de saírem da Colômbia.

O presidente Nicolás Maduro é contrário à entrada de ajuda humanitária na Venezuela. Ele acredita que isso pode abrir as portas para uma intervenção externa — principalmente dos Estados Unidos — na política venezuelana. Maduro usa militares e paramilitares chavistas para impedir essa entrada.

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