O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, faz reunião neste momento com líderes de oposição e intelectuais críticos ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, além de integrantes de países do Grupo de Lima e dos Estados Unidos. O encontro será seguido de almoço no próprio Itamaraty.
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Na pauta da reunião comandada por Ernesto Araújo
estão alternativas para a crise política e econômica na Venezuela, o que tem causado desabastecimento, a crise migratória e as denúncias de violação de direitos humanos contra o governo Maduro. O ministro receberá o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma, o ex-presidente da Assembleia Nacional (AN) Julio Borges, o membro do partido Vontade Popular (VP), Carlos Vecchio e ainda presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), Miguel Ángel Martín. Os quatro vivem exilados.
A crise entre poderes na Venezuela ganhou novos capitulos nesta semana. O parlamento do país aprovou nesta terça-feira (15) um acordo, classificado como histórico pelos legisladores, em que é declarada “formalmente a usurpação da Presidência da República" por Nicolás Maduro. A moção estabelece ainda a anulação de “todos os supostos atos emanados do Poder Executivo".
Reeleito em maio, numa votação questionada pela oposição e por boa parte da comunidade internacional, Maduro assumiu o novo mandato no dia 10 de janeiro. A vitória do ditador não foi reconhecida pela União Europeia, pelos Estados Unidos e por vários países latino-americanos.
No dia 3 de janeiro, o chamado Grupo de Lima, formado pelo Brasil e mais 13 países e criado para buscar uma saída para a crise venezuelana, também já tinha declarado que não há legitimidade no processo de reeleição do venezuelano.
Nesta quarta-feira (16), após reunião com o presidente Bolsonaro realizada em Brasília, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, também subiu o tom contra o governo venezuelano.
Segundo ele, os governos brasileiro e argentino não aceitam as eleições do país vizinho que ele classificou como "escárnio com a democracia". Na sequência Macri disse também que a comunidade internacional já percebeu que o líder venezuelano é um "ditador que quer se perpetuar no poder com eleições fictícias".
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O argentino afirmou ainda que os dois principais países da América do Sul reconhecem apenas a Assembleia Nacional da Venezuela - parlamento comandado pela oposição ao regime bolivariano - como única instituição legítima do país vizinho, "eleita democraticamente pelo povo venezuelano".
"Compartilhamos a preocupação pelos venezuelanos. Reafirmamos nossa condenação à ditadura de Nicolás Maduro. Não aceitamos esse escárnio com a democracia, e menos ainda a tentativa de vitimização de quem na verdade é o algoz", discursou Macri em pronunciamento conjunto com Bolsonaro no Palácio do Planalto.
Crítico ferrenho do governo Maduro e um dos líderes do Grupo de Lima, Ernesto Araújo usou as redes sociais para celebrar o fato do presidente venezuelano não ter sido convidado por Bolsonaro para a posse. ", escreveu o chanceler brasileiro.