O ministro das Relações Exteriores do Peru, Nestor Popolizio, anunciou que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, integrantes do governo e suas famílias estarão proibidos de entrar em território peruano.
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A decisão ocorre às vésperas de Maduro assumir o seu novo mandato presidencial. A reeleição do líder venezuelano não é reconhecida pelo Peru e mais 14 países da região, inclusive o Brasil.
A medida, segundo o chanceler, faz parte dos acordos adotados pelos países membros do Grupo Lima, do qual participa o Brasil, como forma de exercer pressão internacional para condenar a crise democrática e humanitária na Venezuela.
"O Peru vai enviar uma comunicação para o superintendente de imigração com uma lista de todos os nomes ligados ao regime Maduro , incluindo membros da família, informando que não podem entrar no país", disse Nestor Popolizio.
O chanceler lembrou que, no caso da Venezuela , não é necessário um visto para entrar no território peruano, mas o governo local tem a prerrogativa de impor restrições de natureza migratória.
"O que queremos é exercer pressão direta sobre o regime de Maduro, sobre o governo principal para permitir que eles voltem à democracia", desafiou o ministro, que acrescentou que esse tipo de medida gera o isolamento do governo de Maduro, "cujas decisões antidemocráticas causaram uma crise interna naquele país".
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Popolizio observou que o Grupo Lima não reconhece o novo mandato presidencial de Maduro, que começará em 10 de janeiro, e confirmou que o Peru não comparecerá à cerimônia de posse.
Peru não é o único a não reconhecer mandato de Maduro
O novo mandato para o qual Nicolás Maduro foi eleito vai de 2019 até 2025, mas a oposição boicotou as eleições depois que o presidente do país que passa por grave crise econômica convocou a Assembleia Constituinte, órgão onde ele compôs a maioria, que mudou as bases legais da Venezuela e, na prática, substituiu o poder Legislativo, que é o único poder controlado pela oposição no país.
Diante disso, as eleições venezuelanas também não foram reconhecidas pela União Europeia, pelos Estados Unidos e por vários países latino-americanos. No dia 3 de janeiro, o chamado Grupo de Lima , formado pelo Brasil, pelo Peru e mais 12 países e criado para buscar uma saída para a crise venezuelana, também já tinha declarado que não há legitimidade no processo de reeleição de Maduro .