Três mulheres conseguiram entrar escondidas no templo hindu Sabarimala, localizado no estado indiano de Kerala e classificado como um dos mais sagrados da região. As três mulheres foram as primeiras a estarem no local desde outubro do ano passado, quando a Suprema Corte da Índia suspendeu a lei que proibia a presença feminina no local. Apesar do decreto, há meses religiosos protestam contra a decisão, em frente ao templo.
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A proibição histórica, formalizada em 1991, acredita que mulheres em idade fértil, ou seja, entre 10 e 50 anos, são ‘impuras’ e, por isso, não podem ser permitidas de pisar no solo sagrado do templo .
Por esse motivo, conservadores apoiados pelo Partido do Povo Indiano (BJP), do primeiro-ministro Narendra Modi, e pelo Partido do Congresso tentam impedir – em dados momentos, de maneira violenta – a entrada das mulheres no templo hindu.
Escoltadas por agentes da ordem, as primeiras duas mulheres, Kanaka Durga, de 39 anos, e Bindu Ammini, de 40 anos, desafiaram os protestantes e realizaram feito histórico ao entrarem no templo, durante a madrugada desta quarta-feira (2), sem serem vistas. Nos últimos meses, dezenas de mulheres haviam tentado acessar o local, a fim de terminar a jornada de peregrinação, porém sem sucesso.
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Já nesta sexta-feira (4), a polícia do país afirmou que uma terceira mulher, de 47 anos, originária do Sri Lanka conseguiu entrar no local sagrado na quinta-feira (3), durante a noite.
Apesar de escondida, a primeira visita não passou despercebida pelos fundamentalistas, já que as câmeras de segurança flagraram as duas mulheres correndo para dentro do santuário usando túnicas pretas e com as cabeças cobertas com lenços, após terem realizado uma caminhada de cinco quilômetros até o templo.
Com o vazamento da notícia, o líder espiritual do santuário fechou o local para a realização de um ritual de purificação e a extrema-direita hinduísta anunciou dois dias de greves e protestos em Kerala. Os resultados dos confrontos com a polícia já contabilizam ao menos um morto, 15 feridos e mais 1.350 detidos.
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Apesar da forte resistência, o governo do estado, que é liderado por uma aliança esquerdista, realizou um protesto, apelidado de “Muro de Mulheres”, na última terça-feira (2). A formação de um paredão humano de 620 quilômetros e composto por mais de três milhões de mulheres marcou a manifestação a favor da igualdade de gênero e da decisão da Suprema Corte de permitir a entrada de mulheres no templo .
*Com informações da Ansa.