O procurador-geral da Turquia pediu nesta quarta-feira (5) a prisão de dois ex-assessores do príncipe saudita, Mohamed bin Salman, por suspeita de envolvimento no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, em Istambul.
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A procuradoria solicitou a detenção de Ahmed al Assiri, ex-vice-chefe de Inteligência, e Saud al Qahtani, ex-conselheiro da corte real, ambos próximos ao príncipe. De acordo com a acusação, eles teriam feito a supervisão de uma equipe de 15 agentes que mataram e esquartejou Khashoggi . Os dois foram demitidos logo após a repercussão do caso.
O pedido de prisão também foi incentivado pela pressão dos Estados Unidos. A diretora da CIA, Gina Haspel, divulgou um relatório sobre o caso a senadores americanos, que declararam acreditar que o príncipe seja o mandante do assassinato do jornalista saudita . A acusação partiu tanto de senadores Democratas quanto de Republicanos, partido do presidente Donald Trump.
Os senadores também ameaçaram votar uma resolução que retira o apoio americano à coalizão liderada pela Arábia Saudita que atua na guerra no Iêmen. Por outro lado, o presidente americano tenta impedir que o caso prejudique a relação com o país, que é um dos principais aliados de Washington. "Pode ser que o príncipe herdeiro tenha conhecimento deste trágico acontecimento, talvez ele tenha ou talvez não tenha", declarou Trump em um comunicado.
Recentemente, A CIA também divulgou que está em posse do áudio de um telefonema em que o príncipe teria dado instruções para "silenciar o mais rápido possível" o jornalista. De acordo com a gravação, a instrução do príncipe teria sido passada por telefone ao seu irmão Khaled, que é embaixador saudita nos EUA.
A Arábia Saudita prendeu 21 pessoas acusadas de envolvimento no caso e disse que pedirá a pena de morte contra cinco. A Turquia também pediu a extradição de 18 sauditas e defende que eles devem ser julgados no país.
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Jamal Khashoggi era jornalista e correspondente do The Washington Post. Crítico ao governo do príncipe, o jornalista foi ao consulado Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, para acertar documentos para se casar, e desapareceu. Algum tempo depois, com as investigações, o governo admitiu que ele foi torturado, assassinado e esquartejado dentro do consulado.