Fernando Àlban, vereador e opositor venezuelano, morreu na segunda-feira (8). Partido alega homicídio.
Foto: El Nacional
Fernando Àlban, vereador e opositor venezuelano, morreu na segunda-feira (8). Partido alega homicídio.

Em entrevista coletiva nesta terça-feira (9), o Alto Comissariado para Refugiados (Acnur) da ONU declarou que investigará a morte do opositor venezuelano Fernando Àlban. A porta-voz do Acnur, Ravina Shamdasani, explicou que a morte do vereador será um dos assuntos da investigação sobre a violação de direitos humanos da organização. 

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A morte do opositor venezuelano , vereador pelo partido Primeira Justiça, na cidade de Caracas, aconteceu na última segunda-feira (8), na Sede de Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin). Àlban foi preso na sexta-feira (5), no aeroporto Símon Bolivar, por ser suspeito de participar de um atentado malsucedido com drones contra o presidente Nicolás Maduro, ocorrido no dia 4 de agosto. 

O Ministério Público venezuelano abriu investigação sobre o ocorrido e afirma que Àlban se suicidou. O ministro do Interior e Justiça, Néstor Reverol, afirma que o vereador se jogou por uma das janelas enquanto aguardava por seu julgamento na sala de espera do Sebin. Já Tarek Saab, promotor geral da Venezuela , afirmou ao canal de televisão estatal do país que Albán pediu para ir ao banheiro e de lá se jogou do décimo andar.

Partido de opositor venezuelano não acredita em suicídio

Manifestantes protestam em Caracas nessa segunda (8), em frente ao Subin, onde o opositor venezuelano morreu.
Reprodução/The Guardian
Manifestantes protestam em Caracas nessa segunda (8), em frente ao Subin, onde o opositor venezuelano morreu.

O partido Primeira Justiça acredita que se trata de assassinato. “Com profundo pesar e sede de justiça nos dirigimos ao povo da Venezuela, especialmente aos membros do Primeira Justiça de todo o país, para informar que o vereador Fernando Albán morreu assassinado nas mãos do regime de Nicolás Maduro no Sebin da praça da Venezuela”, afirmou em um comunicado.

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Na última sessão, ocorrida no fim de setembro, o Conselho de Direitos Humanos adotou uma resolução que pede que o Acnur investigue os abusos e atentados a liberdade individual cometidas na Venezuela. Segundo a porta-voz, foi pedido o acesso ao país, mas sem resposta até o momento. 

Ravina afirmou a EFE que a ONU não está preocupada apenas com a sua morte, mas também com o fato de Àlban não ter sido apresentado a um juiz em suas primeiras 48 horas no Sabin, como é estabelecido pela lei venezuelana. Ela ainda ressalta que Àlban estava sob custódia do Estado, que era quem tinha responsabilidade por sua segurança e integridade e não a cumpriu.

Muitos dos presos por suposta participação no atentado pertencem a esse mesmo partido de oposição. O opositor venezuelano , Fernando Àlban, é o terceiro preso político a morrer nas instalações do Sebin desde 2015. Porém, Maduro nega que existam pessoas detidas por motivos políticos e afirma que os direitos humanos não são violados no país.

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