O ex-presidente do Uruguai José Mujica, de 83 anos, renunciou nesta terça-feira ao cargo de senador por motivos pessoais e "cansaço". "Os motivos são pessoais, diria 'cansaço de longa viagem'", escreveu em uma carta enviada à própria mulher, Luzia Topolansky , que é vice-presidente do Uruguai e presidente do Senado.
O ex-mandatário foi eleito para o Senado depois de ocupar a Presidência entre 2010 e 2015. Na carta, José Mujica afirma que terá sua aposentadoria e não a acumulará com qualquer benefício por ter sido senador. "O caráter de renúncia voluntária e a legislação vigente assinalam que não corresponde o benefício do subsídio estabelecido", diz no texto.
Mujica também utilizou a carta para "pedir desculpas muito sinceras" se alguma vez, "no calor dos debates", feriu "pessoalmente algum colega". Além disso, o político ressalta que, enquanto sua mente funcionar, não desistirá "da solidariedade e da luta por ideais".
Em entrevista à Agência Efe, no dia 6 de agosto, o ex-presidente explicou que pensava em deixar seu assento no Parlamento do Uruguai porque queria tirar uma "folga" antes de morrer, dada sua avançada idade. "Vejo que tenho 83 anos e vou me aproximando da morte. Quero tirar uma licença antes de morrer, simplesmente, porque estou velho", ressaltou Mujica.
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Governo de José Mujica no Uruguai
No Uruguai, Pepe conquistou uma legião de seguidores e seu nome já apareceu na primeira página dos principais periódicos do mundo. Ele é destacado ainda pelo estilo de vida austero e simples.
Pepe é símbolo da esquerda uruguaia e é considerado um ídolo para muitos que têm essa posição política. Até seus maiores críticos reconhecem que, em cinco anos no poder, ele ajudou a colocar o Uruguai, um pequeno país de 3,5 milhões de habitantes encaixado entre a Argentina e o Brasil, no mapa.
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Sob o governo de José Mujica , o país conquistou um bom desempenho da economia e passou por aprovação de leis pioneiras em temas sociais, como as que regulamentam o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a maconha.