Uma estudante brasileira que cursava Medicina na Nicarágua foi morta a tiros na noite de segunda-feira (23)
Reprodução/Facebook Raynéia Gabrielle Lima
Uma estudante brasileira que cursava Medicina na Nicarágua foi morta a tiros na noite de segunda-feira (23)

O governo brasileiro manifestou indignação e exigiu que autoridades nicaraguenses mobilizem todos os esforços necessários para identificar e punir os responsáveis pelo assassinato da estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima, na noite de segunda-feira (23). O Itamaraty cobrou pronta resposta da Nicarágua sobre a morte da brasileira e chamou de volta o embaixador brasileiro no país, Luís Cláudio Villafañe Gomes Santos, para consultá-lo sobre a questão.

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Por meio de nota, o governo ainda condenou “o aprofundamento da repressão, o uso desproporcional e letal da força e o emprego de grupos paramilitares em operações coordenadas pelas equipes de segurança”, e repudiou a perseguição a manifestantes, estudantes e defensores dos direitos humanos. Ainda não houve manifestação do governo da Nicarágua sobre a morte da estudante .

A estudante de medicina foi assassinada com um tiro no peito que, de acordo com o reitor da Universidade Americana (UAM), Ernesto Medina, foi disparado por um "um grupo de paramilitares" no sul da capital Manágua .

“A brasileira foi atingida por disparos em circunstâncias sobre as quais [o governo brasileiro] está buscando esclarecimentos junto ao governo nicaraguense”, destacou o Itamaraty, estendendo votos de solidariedade à família da estudante.

A embaixadora da Nicarágua no Brasil, Lorena Del Carmen, também foi convocada para prestar esclarecimentos. Ela esteve no Itamaraty em reunião com o subsecretário de América Central e Caribe, Paulo Estivallet.

A Nicarágua vive uma crise sociopolítica com manifestações que se intensificaram, desde abril, contra o presidente Daniel Ortega . Ele se mantém há 11 anos no poder em meio a acusações de abuso de poder e corrupção. A repressão aos protestos populares já deixou mais de 270 mortos, de acordo com organizações humanitárias locais e internacionais.

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O assassinato da brasileira ocorreu horas depois de Medina participar de um fórum no qual disse que o crescimento econômico e a segurança na Nicarágua antes da explosão dos protestos contra Ortega em abril "era parte de uma farsa" porque "nunca houve um plano que acabasse com a pobreza e a injustiça".

Em entrevista a uma emissora de TV local, o retior da UAM acrescentou que as forças paramilitares “sentem que têm carta branca, ninguém vai dizer nada a eles, ninguém vai fazer nada. Eles andam sequestrando e fazendo batidas".

O governo de Daniel Ortega foi acusado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) por supostos assassinatos, maus tratos, possíveis atos de tortura e prisões arbitrárias ocorridas no país. Espera-se nos próximos dias uma resposta do governo da Nicarágua sobre a morte da estudante brasileira .

* Com informações da Agência Brasil

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