O Ministério da Saúde da República Democrática do Congo declarou fim à epidemia de Ebola no país africano nesta terça-feira (24). Após 33 mortes, a doença não causou mais nenhuma vítima nos últimos 42 dias - o equivalente a duas vezes o período de incubação do vírus.
A notícia, que já havia sido antecipada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) há uma semana, foi anunciada oficialmente em um comunicado do ministro da Saúde, Oly Ilunga Kalenga. "Declaro a partir deste dia, o fim da epidemia de Ebola na província de Equateur, na República Democrática do Congo", escreveu.
Detectada no noroeste do Congo em abril, a epidemia foi tratada pela OMS e pelas autoridades congolesas. A mobilização resultou na implantação de uma vacina experimental contra a doença, que foi ministrada para mais de 3,3 mil pessoas nas áreas de risco.
A ação ajudou a conter o Ebola no Congo, mesmo quando ele atingiu a área de Mbandaka, região de alto risco de contaminação, onde 1,5 milhão de pessoas vivem com a ligações de corrente de ar e de rios com a capital Kinshasa.
"No total, depois da verificação, o comitê de coordenação nacional registrou 54 casos (de Ebola), com 33 mortos e 21 sobreviventes", ressaltou Ilunga.
Seguindo os padrões internacionais, uma epidemia ou surto só são consideradas finalizadas depois de 42 dias que as amostras de sangue do último caso foram negativas pela segunda vez.
Na última quarta-feira (18), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmou que, mesmo que a doença tenha sido eliminada do país, os trabalhos de vigilância ativa no Congo permanecerão em andamento.
Segundo a entidade, no dia 12 de junho, o último paciente diagnosticado com a condição na província de Équateur recebeu alta médica e foi liberado após ser submetido a dois exames de sangue.
Epidemia de Ebola
De 1º de abril a 3 julho, 54 casos de Ebola no Congo foram confirmados, incluindo 33 mortes. O total inclui 39 casos confirmados laboratorialmente e 15 casos prováveis (pacientes considerados suspeitos para a doença, mas que morreram antes que a coleta de sangue fosse feita). Cinco casos envolveram profissionais de saúde, dos quais quatro foram confirmados e dois morreram.
Na última vez que o vírus Ebola atingiu a África ocidental, mais de 11.300 pessoas morreram em Guiné, Serra Leoa e Libéria . A epidemia aconteceu entre 2014 e 2016 e afetou quase 30 mil habitantes.
Descoberto em 1976, o agente infeccioso assolou o continente africano ocasionando vítimas rapidamente, fazendo a situação sair muitas vezes do controle das autoridades de Saúde dos países afetados.
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A infecção causada pelo vírus é grave e de fácil contágio, por isso tamanha preocupação desde que o Congo anunciou uma nova epidemia de Ebola em abril deste ano. Essa é a nona vez que o país declara guerra ao vírus.