O papa Francisco disse que a utilização de "comunicações caluniosas", como as chamadas 'fake news', podem servir para a destruição de instituições e de pessoas. Além disso, o pontífice alertou que tais práticas estão, portanto, associadas à ditadura.
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"Começa com uma mentira e, depois de ter destruído uma pessoa ou uma situação com essa calúnia, se julga e se condena", disse o papa Francisco, referindo-se às ' fake news' . "Ainda hoje, em muitos países, se usa esse método: destruir a livre comunicação", afirmou.
A declaração do papa foi feita durante a homilia em uma missa na Casa de Santa Marta, residência oficial do pontífice no Vaticano. A fim de exemplificar sua declaração, o religioso narrou a história de Nabot, de quem o rei Acab tirou a coroa através de mentiras.
'Fake news' destruindo a democracia
Segundo o papa, esse é o modo como muitas pessoas destituem "tantos chefes de Estado e de governo". Contudo, em sua declaração, o papa não citou ninguém e nenhum governo em específico.
"Por exemplo, há uma lei de mídia, de comunicação. Se essa lei é anulada, e todo o aparelho de comunicação é dado a uma empresa, a uma sociedade que mente, se enfraquece a vida democrática", disse Jorge Bergoglio.
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"Depois, chegam os juízes para julgar essas instituições debilitadas, essas pessoas destruídas, condenam, e assim acontece uma ditadura", acrescentou Bergoglio.
"São assim que as ditaduras começam, adulterando a comunicação, para colocá-la nas mãos de uma pessoa sem escrúpulos, de um governo sem escrúpulos", concluiu.
Escândalos e uma olhada no passado
Para embasar ainda mais a sua declaração, o papa ainda lembrou de episódios históricos baseados na calúnia e como ela influenciou governos e populações negativamente.
"Pensemos, por exemplo, nas ditaduras do século passado. Pensemos nas perseguições aos judeus. Uma comunicação caluniosa contra os judeus e eles terminaram em Auschwitz", recordou.
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Por fim, o pontífice também condenou os "escândalos" midiáticos que acompanham as fake news . "Comunicar escândalos é algo de uma sedução enorme. Seduzimos com escândalos. As boas notícias não são sedutoras. Mas um escândalo é algo como 'Você viu isso? Viu aquilo?', e não podemos continuar assim".
* Com informações da Agência Ansa.