Isolado mesmo dentre de seu partido, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, cedeu à pressão e assinou uma ordem executiva para reunir pais e filhos imigrantes separados ao cruzarem a fronteira com o México. "Conseguiremos manter as famílias juntas", disse.
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Pelo menos 2 mil crianças foram separadas de seus pais por determinação de Trump , em uma tentativa radical de combater a imigração clandestina. Entre elas estariam oito crianças brasileiras. Com a nova ordem, as famílias apreendidas nas fronteiras serão mantidas unidas.
Um vídeo que mostra as crianças mantidas em gaiolas dentro de campos de acolhimento, chorando e sendo alvo de comentários sarcásticos de agentes de custódia escandalizaram autoridades da ONU. A política de Trump foi largamente criticada por ONGs, pelas Nações Unidas, por expoentes do Partido Republicano, o mesmo de Trump, e inclusive por Malania, a esposa do presidente.
Ainda assim, Trump defendeu a medida o quanto pode. O secretário de Justiça do magnata, Jeff Sessions, considerou inclusive a hipótese de usar testes de DNA para comprovar a relação de parentesco entre as crianças e seus genitores. "Sabemos que muitos adultos que levam crianças não estão ligados a elas e podem ser traficantes", justificou.
Trump isolado
Os Estados Unidos chegaram a anunciar, na noite de terça-feira (29), sua retirada do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. O anúncio foi feito pela embaixadora norte-americana na ONU, Nikki Haley.
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A decisão veio após os EUA receberem críticas do Conselho de Direitos Humanos pela uma determinação de Trump que separa crianças imigrantes de seus pais perto da fronteira com o México.
Trump sofreu pressão dos Democratas, o partido de oposição do governo. Mas não só: os Republicanos também se posicionaram contra a medida de Trump.
“Eu apoio, e todos os membros da conferência do partido Republicano apoiamos, um plano para manter as famílias unidas enquanto seu status migratório é determinado”, disse o senador Mitch McConnel, líder do partido, ao jornal The Washington Post .
E se nas duas casas do Congresso o apoio a Trump estava em baixa, a situação não era diferente dentro de sua própria família: Melania Trump foi outra das que criticou a medida do magnata.
"A primeira-dama odeia ver crianças separadas de suas famílias e espera que ambos os lados [democratas e republicanos] possam se unir para obter uma reforma migratória de sucesso", disse a porta-voz de Melania Trump , Stephanie Grisham
* Com informações da Ansa
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