Papa Francisco
voltou a abordar temas contemporâneos em mais uma de suas homilias aos fieis nesta quinta-feira (17), no Vaticano. O ponto mais marcante do discurso do líder máximo da Igreja Católica foi a enfática crítica que ele fez sobre o papel desempenhado pela mídia
na democracia atual.
Leia também: Relator da Lava Jato no STJ rejeita pedido de liberdade de Lula
Para o papa Francisco, parte da culpa dos “ golpes de estado
” a que o mundo assistiu é da mídia, que difama pessoas públicas a ponto de criar as condições para que uma ruptura da democracia ocorra. As informações são da agência oficial de notícias do Vaticano.
“Essa instrumentalização do povo é também um desprezo pelo povo, porque o transforma em massa. É um elemento que se repete com frequência, desde primeiros tempos até hoje”, ensinou o papa. Como exemplo, Francisco lembrou a chegada triunfal de Cristo à Jerusalém, no “domingo de ramos”, cidade onde, dias depois, na sexta-feira, ele seria crucificado a pedido da própria população que antes o louvava.
Leia também: "Posso resgatar a credibilidade do governo", garante Lula, em artigo no Le Monde
“Criam-se condições obscuras para condenar uma pessoa”, acusou o pontífice, método, segundo ele, usado hoje ainda “na vida civil, na vida política, quando se quer um golpe de Estado”.
O papa Francisco, inclusive, detalhou as etapas do processo de golpe de estado
: “a mídia começa a falar mal das pessoas, dos dirigentes, e com calúnia e a difamação essas pessoas ficam manchadas”. Entra em ação, aí, o poder judiciário, que “as condena e, no final, se faz um golpe
de estado”.
Para o papa Francisco
, a perseguição midiática e judiciária é comparável ao que ocorria nas arenas de gladiadores, onde a multidão gritava por sangue e mortes. O pontífice, contudo, não apontou países específicos onde a situação por ele descrita tenha ocorrido, limitando-se a tratar do assunto de forma mais genérica.
Leia também: Ex-presidentes da França e Espanha defendem liberdade e candidatura de Lula