Um parlamentar do partido governista do Japão recebeu acusações de sexismo após afirmar em uma reunião que “as mulheres deveriam ter vários filhos e aquelas que optarem pela vida de solteira se tornariam um fardo para o Estado futuramente”. As informações são do The Guardian .
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Kanji Kato, membro do Partido Liberal Democrata (PLD) do primeiro-ministro Shinzo Abe, ainda alegou, durante um encontro do partido, que quando o convidam para fazer discursos em recepções de casamento, busca incentivar que as mulheres tenham pelo menos três filhos.
Em relação às jovens solteiras que não pretendem se casar, o parlamentar de 72 anos, que tem seis filhos e oito netos, contou que costuma aconselhá-las para o que, segundo ele, representa uma melhor escolha de vida. “Eu lhes digo que, se não se casarem, não poderão procriar, e com isso, acabarão em um lar pago com os impostos dos filhos de outras pessoas”.
“Mulheres são máquinas de dar à luz”
Os comentários feitos pelo político divulgados pelo TBS News precederam dados oficiais que apontam uma queda no número de crianças no Japão, apresentando, assim, o menor nível já registrado. De acordo com o Ministério de Assuntos Internos do Japão, em abril deste ano, havia 15,53 milhões de crianças com menos de 15 anos, uma queda de 170 mil frente ao ano passado, período em que 941 mil crianças nasceram no país – menor resultado desde 1899.
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A taxa de natalidade do Japão continua baixa, apesar da introdução de incentivos financeiros e outras iniciativas para estimular os casais a formarem famílias cada vez maiores.
O anuário demográfico da Organização das Nações Unidas (ONU) mostrou que, entre os 32 países com população de 40 milhões ou mais, o Japão é considerado o menor em termos de porcentagem de crianças na população total, com 12,3%.
Vale mencionar que afirmações polêmicas sobre o tema já foram feitas anteriormente por outros políticos, como é o caso das falas do então ministro da Saúde, Hakuo Yanagisawa, que em 2007 defendeu que “o papel das mulheres na sociedade é a produção de filhos, e que elas devem se considerar "máquinas de dar à luz, pois têm o dever de aumentar a taxa de natalidade".
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Depois da repercussão do seu discurso e de ser acusado de sexismo por parlamentares do sexo feminino, Kato, que é ex-vice-ministro do Ministério da Agricultura, se pronunciou dizendo que “jamais teve a intenção de desrespeitar as mulheres ”.