Para o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, as exigências impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre um novo acordo nuclear com as potências mundiais são “inaceitáveis”.
De acordo com a agência Reuters, Zarif disse neste sábado (28) que a menos que os aliados europeus consertem as “terríveis falhas” no acordo nuclear com o Irã até o dia 12 de maio, o alívio de sanções do país norte-americano sobre o Irã não será estendido.
Na última terça-feira (24) Trump sinalizou que queria negociar um novo acordo nuclear com o país iraniano. Desde que assumiu o mandato no ano passado, ele diz querer romper o trato firmado, que chegou a descrever como “insano” e “ridículo”. “Nunca deveria ter sido feito”, afirmou nesta semana.
Depois de uma reunião amigável com o presidente da França, Emmanuel Macron, o republicano disse que os dois presidentes tiveram conversas muito importantes sobre o Irã.
Para Trump o programa nuclear iraniano não aborda o programa de mísseis de Teerã. Depois disse que EUA e França estão começando a “entender um ao outro” quanto à necessidade de conter o Irã.
Por sua vez, Macron defendeu a permanência dos EUA no acordo, e afirmou que deseja trabalhar em novos termos para substituir o atual por um acordo que leve em conta as sugestões de Trump.
“Não devemos rasgar o documento sem ter nada no lugar. Não seria uma boa solução”, afirmou o francês, com cautela. No entanto, Macron defendeu a negociação de um possível plano mais amplo, incluindo o programa balístico e a influência do país iraniano no Oriente Médio.
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Resposta do Presidente
O presidente do Irã, Hassan Rouhani já deu o recado: “Se alguém trair o acordo, vai sofrer consequências severas.
Na quarta-feira (25) Rohani questionou o possível novo acordo que seria proposto pelo presidente norte-americano sobre o programa nuclear iraniano. “Junto com um líder de um país europeu, eles afirmam: ‘Nós queremos decidir sobre um acordo alcançado entre sete partes’. Para quê? Com que direito?”, indagou o presidente do Irã.
Em um discurso em Tabriz para a celebração da capital turística do mundo islâmico em 2018, o presidente iraniano criticou duramente o presidente dos EUA. “Não tem nenhuma experiência polícia. Não tem nenhuma experiência em leis. Não tem nenhuma experiência em tratados internacionais. Como pode um comerciante, um vendedor, um construtor de edifícios, um construtor de torres emitir julgamentos sobre assuntos internacionais?”.
Acordo
Mesmo assim, o presidente dos EUA já fez advertências sobre o que espera do Irã e afirmou que sairá do acordo no mês que vem. “Se eles reiniciarem seu programa nuclear, terão problemas maiores do que jamais tiveram antes”, disse Trump, durante o encontro com Macron.
Trump pode decidir no mês que vem se vai retomar sanções econômicas ao Irã, retirando-se efetivamente do acordo multilateral. Mas, neste final de semana, ele também deverá tratar do tema com a chanceler alemã, Angela, Merkel que visitará a Casa Branca.
Não é de hoje que Donald Trump critica o acordo firmado em julho de 2015 por seu antecessor Barack Obama. Desde que assumiu a presidência norte-americana o republicano discorda do tratado entre o Irã e o Grupo 5+1, que inclui a Alemanha, China, EUA, França, Reino Unido e Rússia. A União Europeia e a Rússia demonstraram estarem de acordo com os termos atuais do acordo e são à favor da permanência dos EUA no pacto.