Em um de seus tradicionais discursos aos fiéis na Praça de São Pedro, o papa Francisco abordou, neste domingo (15), a crise síria , demonstrando seu descontentamento com a opção escolhida pela França, Grã-Bretanha e Estados Unidos de atacar o país.
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“Apesar das ferramentas disponíveis para a comunidade internacional, é difícil chegar a um acordo sobre uma ação comum em prol da paz na Síria ou em outras regiões do mundo”, disse o pontífice.
As informações são do jornal italiano La Repubblica , de acordo com o qual 30 mil pessoas estavam presentes no momento do discurso do papa.
Antes, o clérigo argentino já havia criticado a instabilidade na região e a incapacidade de se traçar um acordo. “Não há uma guerra boa ou ruim, e nada pode justificar esses instrumentos que exterminam pessoas e populações indefesas”, disse.
“Vamos orar para que os políticos responsáveis e os comandantes militares optem pelo outro caminho: o da negociação, o único que pode trazer a paz”, arrematou Francsico.
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Guerra fria?
Nesta semana, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu em quatro ocasiões justamente para discutir o caso da Síria, mas nenhum acordo foi feito. Nos debates, ficaram evidenciadas as divisões entre EUA e Rússia em relação à Síria, a ponto de o secretário-geral da organização, António Guterres, dizer que “a Guerra Fria voltou”.
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Durante reunião de urgência do Conselho de Segurança, Guterres fez um apelo para que se evite que a situação na Síria fique “fora de controle” e que termine por piorar “o sofrimento do povo sírio”.
“Peço a todos os Estados-membros para que mostrem moderação nestas perigosas circunstâncias”, afirmou Guterres.
O secretário-geral pediu a todas as partes que respeitem a Carta das Nações Unidas e o direito internacional, em geral, e acrescentou que é responsabilidade do Conselho de Segurança manter a paz e a segurança.
Guterres pediu, como o papa Francisco , que se evitem “atos que possam gerar uma escalada” das tensões na Síria , onde há diversos países envolvidos em um conflito que começou em 2011 e já deixou centenas de milhares de mortos.
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