O governo dos Estados Unidos acusou a Coreia do Norte de ter utilizado um agente químico para assassinar Kim Jong-nam, meio-irmão do líder Kim Jong-un, no aeroporto de Kuala Lumpur, na Malásia, no ano passado. A denúncia da Casa Branca acontece apenas horas depois de Pyongyang assinalar estar aberta a desistir de produzir armas nucleares. As informações são CNN.
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Kim Jong-nam foi morto com o agente químico
VX, depois de ser vítima de uma emboscada dentro do aeroporto da Malásia, o que é considerado violação do Ato de Eliminação de Guerras e de Controle de Armas Químicas e Biológicas. “Esta exibição pública de desprezo pelas normas universais contra o uso de armas químicas demonstra a natureza imprudente da Coreia do Norte e ressalta que não podemos tolerar um programa norte-coreano de armas de destruição em massa de qualquer tipo”, afirma a porta-voz do departamento de Estado, Heather Nauert.
“Os Estados Unidos condena fortemente o uso de agentes químicos para o fim de assassinatos”, completa a porta-voz.
Negociações para fim de armas nucleares
O momento do anúncio pela Casa Branca acontece – aparentemente – em desacordo com a reação do presidente Donald Trump ao encontro entre líderes das Coreias e as negociações para o fim dos programas nucleares no país do norte. O republicano tuitou que acredita em “possíveis avanços no acordo com Pyongyang”.
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Kim Jong-un disse estar disposto a congelar seu programa nuclear e testes de mísseis se os Estados Unidos começarem a conversar diretamente com ele sobre um eventual acordo para que a península coreana fique livre de armas nucleares. Contudo, a relação entre os dois países continua fragilizada pela profunda desconfiança de ambos os lados. O regime norte-coreano já negou ter participação na morte de Kim Jong-nam
e, agora, o posicionamento do governo de Trump pode irromper os esforços diplomáticos.
Os EUA já impuseram novas sanções contra o país asiático, tais como o controle de armas e restrições financeiras, embora as medidas sejam em grande parte simbólicas, considerando as proibições já existentes. O departamento de Estado decidiu criar novas medidas repressivas em fevereiro desde ano, pouco mais de um ano depois da morte de Kim Jong-nam – alguém visto como possível rival de Kim Jong-un até que foi preso no Japão, ao tentar entrar no país para ir à Disneylândia local.
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A Malásia nunca acusou o regime da Coreia do Norte
de conspirar para matar Kim. O julgamento sobre o assassinato está em andamento. Os advogados que representam as duas mulheres, apontadas como responsáveis pelo assassinato, disseram que a polícia não investigou adequadamente o caso.