Se o botão de um é realmente maior que o do outro, nós não sabemos
. Mas – meses depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, discutirem publicamente sobre qual das duas nações seria a maior ameaça nuclear no mundo – o presidente da Rússia, Vladimir Putin, decidiu se pronunciar e colocar a Rússia na disputa, dizendo que "ninguém no mundo" tem um míssil nuclear como o dele.
"Na Rússia, foi criado um míssil de baixo vôo e difícil de encontrar, com uma carga nuclear de alcance praticamente ilimitado e uma rota de voo imprevisível, que pode ignorar as linhas de intercepção e é invencível frente a todos os sistemas existentes e futuros da defesa antimíssil e defesa aérea", explicou Vladimir Putin
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O anúncio foi feito em rede nacional durante o discurso anual do mandatário perante à Assembleia Federal da Rússia. Na ocasião, Putin apresentou também suas principais políticas para um possível quarto mandato presidencial.
Segundo o líder russo, o seu governo fez diversos testes de armas nucleares no final de 2017. Isso não é surpresa para ninguém já que, inclusive, foram divulgados vídeos e animações de mísseis.
Porém, entre as novas armas do arsenal militar do país, há um míssil nuclear, um drone subaquático, que é movido por energia, e um míssil hipersônico. "Ninguém no mundo tem algo assim", disse Putin, declarando que "um dia aparecerá", mas agora, "desenvolveremos algo novo".
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O pronunciamento de Putin foi televisionado e durou cerca de duas horas. Nesse discurso, o presidente aproveitou para encorajar os russos a sugerirem nomes para os sistemas.
'Ninguém ouviu a Rússia. Nos ouça agora'
Putin argumentou que esse movimento trata-se de uma resposta da Rússia às súplicas de anos feitas aos Estados Unidos para não se separarem dos tratados antimísseis.
"Nós dissemos aos nossos parceiros várias vezes que teríamos tomado medidas em resposta à colocação de sistema antimísses norte-americanos. Apesar de todos os problemas que enfrentamos, a Rússia era e continua sendo uma potência nuclear, mas ninguém nos ouviu, então nos ouça agora", ressaltou Putin.
O presidente da Rússia ainda garantiu que em caso de ataques ao seu país, a resposta será imediata. "Qualquer uso de armas nucleares contra a Rússia, ou seus aliados, de pequeno, médio ou qualquer outro poder, será percebido como um ataque nuclear. A resposta será imediata e com todas as consequências óbvias", acrescentou.
No entanto, Vladimir Putin enfatizou que seu país não "pretende atacar ninguém" e que "não devemos criar novas ameaças para o mundo", mas sim "sentar na mesa de negociações, elaborar para renovar o futuro sistema de segurança internacional".
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* Com informações da Agência Ansa.