Bombardeio em Ghouta, na Síria, deixou mais de 100 mortos, sendo 20 crianças e 14 mulheres
Reprodução/The Guardian
Bombardeio em Ghouta, na Síria, deixou mais de 100 mortos, sendo 20 crianças e 14 mulheres

Pelo menos 100 pessoas morreram durante ataques aéreos realizados pela Síria na segunda-feira (19) na região de Ghouta , a lesta da capital do país, Damasco. Além das vítimas fatais, o bombardeio violento deixou cerca de 500 feridos. O balanço foi realizado pela organização não governamental Observatório Sírio pelos Direitos Humanos (Sohr, na sigla em inglês), que ainda apontou que, entre os mortos, estão 20 crianças e 14 mulheres.

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A região de Ghouta é controlada por grupos armados de oposição e tem sido alvo de diversos ataques pró-governo de Bashar al-Assad. Em três meses, pelo menos 700 pessoas foram mortas na área síria que abriga mais de 400 mil civis. A incursão violenta do regime foi realizada no domingo e segunda-feira, resultando em chacina pior do que a vista na cidade histórica de Aleppo, segundo aponta a Sohr.

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“É uma chacina pior do que aquela de Aleppo. Sete anos de guerra levaram a Síria ao colapso. Em Ghouta Oriental, onde vivem 95% dos sírios sob assédio hoje, faltam serviços fundamentais, como escolas e hospitais, e bens de primeira necessidade, como comida, água e remédios", critica o porta-voz da Unicef na Itália, Andrea Iacomini, em nota.

“Não é guerra, é massacre”

Na segunda-feira, cinco hospitais foram bombardeados pelas forças pró-governo. “Estamos diante do massacre do século 21”, defende um médico no leste de Ghouta ao jornal The Guardian. E acrescenta: “Pouco tempo atrás, uma criança veio a mim com a pele azulada, respirando muito mal, a boca cheia de areia. Esvaziei-a com as minhas mãos. Não encontraremos respostas sobre o que fazer com isso em nenhum livro médico. Uma criança ferida respirando com pulmões cheios de areia”.

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A região de Ghouta é aquela atingida por um ataque químico com gás sarin, que deixou mais de 1,3 mil mortos em 2013, de acordo com profissionais de saúde da região. O uso desse tipo de arma é visto como um crime de guerra por organismos de controle de direitos humanos. Na época, o regime da Síria também usou aviões de combate e bombardeio de artilharia contra a população local.

*Com informações do The Guardian e Agência Ansa

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